A política 2024 no Sertão da Farinha Podre está parecendo aquela música do Gilliard que diz “Mexe, remexe, procuro mas não vejo”, pois o cenário está conturbado e ainda sem definições.
Dá para ver que os pré-candidatos começam a sair de suas tocas em busca de apoios e lideranças para as caminhadas que os aguardam.
Em meio ao vai e vem, o que vemos é muita conversa e pouco resultado e alguns só aguardando na sombra para ver no que dá.
O jogo principal está para começar e muitos partidos já estão divididos; alianças, desfeitas; sem contar os acordos quebrados.
O que vemos nessa pré-campanha é um verdadeiro baile de periferia, onde alguns dançam o tango; outros, a valsa; uns, o funk, mas o jogo de cintura e o rebolado do samba já está na “caixa de som” da maioria.
Aqui, na terra de Major Eustáquio, o eleitor que quiser decidir o seu voto, em outubro, a partir de um posicionamento ideológico, corre o risco de enlouquecer.
A ciranda de alianças que vão desenhando parece representar, acima de tudo, a pá de cal na já escassa consistência política de nossa cidade, pois nem mesmo ter a capacidade de eleger um só deputado, tanto na esfera estadual quanto federal, é a maior prova disso.
Aqui, qualquer um é culpado, menos aqueles que não tiveram capacidade de se eleger, mesmo já tendo sido eleitos anteriormente, mas, pelo trabalho apresentado na posse de seu mandato, foram vergonhosamente derrotados.
Uma espécie de “baile periférico” reflete a disputa a prefeito em Uberaba, com partidos de diferentes tendências, e até adversários ferrenhos, ideologicamente falando, estão se unindo para conquistar o Executivo municipal.
No desespero de a derrota enterrar de vez a carreira política, já houve desistência da pretensão, sujeitando-se ao cargo “aspônico” de vice, deixando um dos parceiros do “triunvirato” oposicionista, na chapada da indecisão, prestes a cremar seus anos de glória, perante uma derrota massacrante já escrita nas estrelas e opiniões, pelos quatro cantos da terra do zebu.
Não é uma questão de experiência, mas de ganância, por não aceitar uma derrota para o sexo feminino, estampando o sangue nos olhos para mostrar que por aqui quem manda são os “machos”, usando sempre o eu fiz isso, eu fiz aquilo, nos oito anos de governo, mais que ela fez em um ano e meio, pois durante dois anos a luta foi enfrentar a pandemia da Covid-19.
Até o quadro apresentado de pré-candidatos é chocante: quatro homens versus uma mulher, que luta contra o machismo e a dor de cotovelo de muitas mulheres que se opõem a tudo o que é feito, pois não conseguem alcançar o patamar político, conquistado na raça, capacidade e honradez.
Que vença quem for melhor para Uberaba, tanto para prefeito(a) quanto para vereadores, pois o povo é quem terá a última palavra.
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista, advogado e jornalista