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“Lei de Gaga”

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 17/05/2025 às 11:24
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O show de Lady Gaga em Copacabana, dia 3 de maio, foi o quinto em número de pessoas presentes em todo o mundo, segundo o ChatGpt.  Compareceram 2,1 milhões de pessoas. Fica atrás apenas de Jean Michel Jarre - Paris (1990), com 2,5 milhões de pessoas; Jorge Ben Jor - Rio de Janeiro (1990), com três milhões de fãs; novamente Jean Michel Jarre - Rússia (1997), com 3,5 milhões de espectadores, e o primeiro, Rod Stewart, no Rio de janeiro (1994), com quatro milhões de fãs. Não é pouca coisa o que fez Gaga. Recentemente, a USP fez contagens de públicos em eventos e manifestações, valendo-se do método Point to Point Network (P2Pnet), desenvolvido em uma Universidade chinesa e pela Tencent, uma das maiores empresas de tecnologia da China e do mundo. O sistema emprega Inteligência Artificial com o auxílio de drones, com cobertura fotográfica em toda a área ocupada, e aplica contagem individual para fornecer uma estimativa do número total, com precisão de 73% na identificação de indivíduos e 12% de margem de erro para mais ou para menos. São referências para uma melhor apuração da realidade presencial de público. Das medições recentes que a USP fez, uma causou polêmica, tendo em vista o disparate numérico entre os dados da USP e os dados da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ambas instituições divulgaram a quantidade de manifestantes em março deste ano, na avenida Atlântica, no ato pró-anistia aos envolvidos no 08/01/23 na invasão e depredação dos Três Poderes em Brasília. Segundo a USP, 18,3 mil pessoas; já para a PM do RJ foram 400 mil às ruas. É tamanha a diferença que parece não se tratar de um mesmo evento. Algo na ordem de 20 vezes de um para outro. Por um atento olhar em imagens aéreas do show de Lady Gaga e do ato político pró-anistia de março, ambos em Copacabana, constata-se a enorme diferença de extensão e aglomeração entre os dois. Pelos cálculos da PM do RJ, no ato pró-anistia, a projeção para o público da Lady Gaga chegaria a um total pelo menos 15 vezes superior aos 2,1 milhões anunciados, ou seja, algo em torno de 30 milhões de pessoas, o que seria impossível. O espetáculo de Gaga, além de histórico, foi pedagógico para balizar a totalização de participantes em eventos e desmistificar divulgações que confundem para atender a alguns objetivos e mascarar os números que não mentem, se tratados com o rigor matemático. Mais uma vez, a ciência fala mais alto. “Muitas vezes, o que é transmitido e você vê não é verdade. A forma é uma performance” Lady Gaga ou lei de Gaga.

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