Uma das maiores preocupações dos pais, nestes tempos, é a educação de seus filhos. Conosco não foi diferente. E quando nossa filha ia migrar do Maternal para os primeiros anos, lá fomos nós buscar o melhor para ela. Marista que fui, esta era nossa opção primitiva. Avaliamos outros, que entendo desnecessário citar, e chegamos ao Colégio Nossa Senhora das Dores (CNSD). Bem recebidos, estivemos com vários profissionais, avaliando pedagogia, educação, conhecimento, ambiente, entre tantos pontos. Naquele momento, conhecemos a figura do “bedel” Eli.
Uma pessoa afável e firme desde o primeiro momento. Uma pessoa que, a partir daí, nos encantou dia após dia, no apoio e nas orientações dadas para nossa menina.
A cada dia, a cada ano, ela crescia e tinha a sombra de um ser humano ímpar. Eli impôs regras, ditou posturas e não perdeu o respeito e a consideração de nenhum dos seus alunos. Eli aliava responsabilidade com ternura. No último ano dela no CNSD, ela o presenteou com um moletom com os dizeres “General”. Este sim, um dos melhores, comandava a moçada com disciplina e carinho. Falava “não”, impedia o acesso às dependências da instituição para quem estava vestido sem uniforme e, a cada momento, cativava seus estudantes.
Esteve no CNSD por 40 anos, e este período se encerrou com seu falecimento no último dia 30/04/2025. E assim se fecha um ciclo fantástico na história da Instituição e, principalmente, de seus colegas, professores, pais, diretores e, claro, seus meninos e meninas. Quem com ele conviveu sabe que o que está retratado é uma pequena parte de sua história.
Eu tive a certeza da escolha já naquele primeiro dia, e isto perdurou até depois da saída dela, em 2022, rumo ao Curso Superior. Agora, fica no passado uma ótima parte dessa formação.
Em vídeo que circula nas redes, Eli dizia, sobre os 140 anos do CNSD, feitos este ano, e falava da gratidão pelos alunos que passaram pelo colégio, os que hoje estão e os que virão. Tinha orgulho de todos. Gabava-se dos vários alunos que se tornaram ícones em suas atividades e de suas escolhas profissionais, empresariais e políticas.
Eli foi um homem bom, um servo de Deus pleno, um esteio para a família.
Faço aqui este registro sabendo que todas as homenagens recebidas foram poucas, perto dos ensinamentos recebidos por quem o conheceu e com ele conviveu.
Ele expressou como ninguém a história efetiva do ser sobrepujar o ter. Um sonho nestes dias atuais, quando se cultiva primeiro a busca material, em detrimento do respeito e da ética com o ser humano. Um homem simples e sábio.
Encerro entristecido, agradecendo-o por tudo e, principalmente, por ter nos ajudado a moldar o jeito de ser de nossa menina.
Sua vida e sua partida são a prova concreta do respeito e carinho que todos tinham por ele. Um General sem estrelas, que mereceu honrarias dignas por oferecer amor aos seus semelhantes.
Esteja com Deus, Eli. Você o tinha no coração e hoje está junto d’Ele.
Obrigado por tudo. Gratidão!