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A arte existe porque a vida não basta

Com esta frase do poeta Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, falecido em 04/12/2016, inicio este artigo tentando dar sentido a várias situações de nossas vidas...

Karim Abud Mauad
Publicado em 29/01/2018 às 07:19Atualizado em 16/12/2022 às 06:48
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Com esta frase do poeta Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, falecido em 04/12/2016, inicio este artigo tentando dar sentido a várias situações de nossas vidas. Com erros e acertos, tento ao menos ver com neutralidade certas passagens do nosso cotidiano. Vejo com tristeza, certos acontecimentos da política nacional despertarem paixões como um jogo de futebol. Fico preocupado com o futuro da nação. O descaso com a política e a aversão aos políticos não contribuirão em nada para a retomada de nosso crescimento econômico e bem-estar social. O ostracismo das principais lideranças ou atores da cena política dificultará e muito este processo. É nítido que o país está dividido em extremos, ora um ora outro buscando um messias, para nos levar à terra prometida, quando na verdade deveríamos estar discutindo um projeto de país.

Vejo com tristeza a juventude não discutir política na sua essência e sim se apegar a frases curtas e de efeito. O conteúdo não importa a forma, sim. Atira-se para todo lado e todos ignoram os seus problemas e só enxergamos problemas alheios. O fim disto, com certeza, não será bom. O ano de 2018 pode e deve ser decisivo para a construção do estado e da nação que queremos e o diálogo, o debate de ideias e não de pessoas deveria prevalecer sempre. Tenho muitas dúvidas nesta seara.

No campo da Economia, tão interligada com a Política, precisamos avançar em áreas que não gostamos de nos posicionar e preferimos empurrar discussões fundamentais para debaixo do tapete, deixando o tempo se encarregar de ajeitar as coisas. As mudanças dependem mais dos nossos atos, e menos das nossas omissões.

Uberaba segundo manchete do JM de 27/01/2018 fechou mais de 1000 postos de trabalho formais em 2017. A crise é para todos, não é privilégio de ninguém, independente se a cidade sente mais ou menos estes efeitos. Vivemos uma recessão brutal, sem precedentes e não entendemos que o trabalho braçal, repetitivo, será cada vez menos ofertado, que as inovações e a chegada à indústria 4.0, só ocorrerá de fato, com cidadãos mais estudados, preparados para a nova ordem econômica do Século XXI. Ao invés de pensarmos neste novo formato, de revolucionarmos nosso ensino básico, médio e superior, insistimos em diplomar pessoas despreparadas, gerando desempregados diplomados sem qualificação adequada, sem habilidades para exercer as novas profissões que se colocam para o futuro dos nossos jovens. Uma pena! Para piorar recursos são desperdiçados, num país com tão poucas disponibilidades em áreas essenciais.

A formação deveria ser completa, com educação, cultura e arte.

O papel indutor do tripé academia, governo e sociedade civil deveria ser das Universidades e Institutos Federais. A necessidade de aproximar a sociedade da ciência do conhecimento precisa ser papel precípuo destas instituições. A elas caberia esta importante missão, nestes tempos difíceis, e concomitantemente agirem para impulsionar os arranjos produtivos regionais.

Que país queremos? Que futuro almejamos?

Creio ser chegada a hora de usarmos a razão e encararmos nossos desafios de frente. As escolhas são sérias!

Devemos deixar a emoção para aí sim os assuntos da paixão. Torcer para seu time de futebol e não para o seu messias da vez.

Encerro com outra frase provocativa de Ferreira Gullar - “Em face da imprevisibilidade da vida, inventamos Deus, que nos protege da bala perdida”. Será?

Vamos avaliar o todo e agir para nossa melhoria de vida, não apenas reagir ou ficar a mercê - repito de messias e aproveitadores...

(*) Karim Abud Mauad - [email protected]

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