ARTICULISTAS

Diversificação de empreendimentos rurais

José Humberto Guimarães
Publicado em 19/09/2022 às 22:02Atualizado em 18/12/2022 às 03:11
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A prática de poucas atividades produtivas no meio rural quer seja na área de lavouras ou de pecuária, acaba levando, invariavelmente, ao empobrecimento dos produtores, à degradação das terras e à decadência das comunidades interioranas.

A diversificação de empreendimentos rurais beneficia, em primeiro lugar, agricultores e pecuaristas de todos os portes, que desta forma podem garantir rendimentos financeiros de outros negócios agropecuários e em diversas épocas do ano. A existência de maior variedade de produtos, além de compensar as alterações de mercado, proporciona entrada frequente e benéfica de recursos em setores como comércio, indústria, prestação de serviços, movimentando a economia.

O ideal é que profissionais pecuaristas, além da produção de bezerros, garrotes, bois e leite, passem a combinar na própria fazenda um regime de integração com a agricultura que lhes propicie a um só tempo renda oriunda de outra atividade e revitalização das terras degradadas pelo pastejo contínuo.

Para exploração de lavouras comerciais, como a da soja e do milho, são necessários conhecimentos profissionais, frota de máquinas e recursos financeiros para que se possa implantá-las, requisitos que não inviabilizam sua introdução em áreas onde estas culturas ainda não se tornaram expressivas. Este tipo de empreendimento exige principalmente boa topografia para sua plena mecanização, condições físicas do solo que permitam sua estruturação e regime de chuvas que satisfaça as exigências das plantas.

É de se salientar que entre as muitas vantagens proporcionadas pela instalação da sojicultura em localidades com aptidão para a produção desta oleaginosa, uma das mais importantes é o inevitável surgimento de outras lavouras que serão cultivadas em sua sucessão, intercalando rotações que inibem o aparecimento de pragas e promovem a produtividade, sendo a principal delas a da cultura do milho, seguindo-se a do sorgo granífero e agora a do trigo em escala comercial.

Estas atividades que promovem diversificação de empreendimentos rurais, produzindo mais alimentos, movimentando riquezas e desenvolvendo a economia, oportunizam a criação de empregos, contando com recursos materiais e humanos das próprias comunidades interioranas.

Tornando-se organizadas e conscientes da tarefa que lhes compete na utilização da iniciativa privada e na mobilização de empreendedores para evoluírem econômica e socialmente, regiões potencialmente agrícolas poderão encontrar o caminho do desenvolvimento autônomo, lançando mão de um comprovado instrumento de desenvolviment os contratos de arrendamento.

José Humberto Guimarães

Consultor para Parcerias e Arrendamentos Rurais; ex-secretário municipal de Agricultura de Uberaba

 

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