ARTICULISTAS

O uso de telas e o estresse

Heloisa Helena Valladares Ribeiro
@heloisaribeiro1704 @valladaresribeiro.advogados
Publicado em 16/01/2025 às 18:59
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O nome Janeiro Branco corresponde a uma campanha criada em 2014 por psicólogos brasileiros, que através de ações e recursos conscientizam a população a cuidar da saúde mental e emocional.

Neste sentido, convido os pais, avós, padrinhos e toda a parentela a cuidar da saúde mental e emocional das crianças, interferindo diretamente no desenvolvimento e bem-estar delas. 

De acordo com o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei 8.069, 13.07.1990), considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que saúde mental é um estado de bem-estar que permite às pessoas desenvolverem suas habilidades, lidar com o estresse e contribuir para a comunidade. 

Conseguir identificar precocemente problemas de saúde mental nas crianças não é uma tarefa impossível. Primeiro devemos investigar se a criança é ou não vulnerável. São consideradas situações de vulnerabilidade: pobreza e exclusão social; falta de acesso à educação, trabalho, saúde, lazer, alimentação e cultura; conflitos entre casais, com testemunho de agressões; doenças imunopreveníveis e persuasão da publicidade infantil.

A forma de combater as doenças imunopreveníveis e cuidar da saúde mental das crianças é estarem os adultos atentos à atualização da caderneta de vacinação, sendo as mais recomendadas: a hepatite B, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola e caxumba. Os responsáveis devem participar ativamente do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A vulnerabilidade infantil pode ser física, psicológica ou de competência para proteger os próprios interesses. Muitos pais excedem no uso de telas (celular, tablet, TV) esquecendo de olhar nos olhos dos filhos, de trazer coleguinhas para brincar e interagir, de realizar atividades lúdicas, de ensinar as crianças a se alimentarem de forma natural. O uso excessivo de telas traz vulnerabilidade física, psicológica e não protege a infância. Nesse caso a saúde mental da família está afetada. É preciso colocar ordem na casa. A campanha Janeiro Branco nos convida a isso.

Sejamos unidos pela infância, pois é neste período que há um grande desenvolvimento mental e emocional. Devemos garantir aos pequenos um ambiente equilibrado e afetuoso; deixar que expressem o que sentem; conversar sobre o que for curioso e útil; evitar sobrecarregá-los com tarefas; perceber o estado emocional como tristeza, agressividade, timidez, indiferença, irritabilidade e pesadelos. As crianças que são dependentes de telas manifestam um estado emocional agressivo e se irritam facilmente. Em identificando, saiba que existe tratamento precoce para o cuidado da saúde mental do infante.

Uma das formas de combater a dependência por telas é ler livros infantis, criando momentos de escuta, diálogo e conexão. Antes de dormir, muitas crianças adoram escutar histórias. Há pouco tempo, minha sobrinha neta Elisa, com 10 anos, pediu-me para lhe contar uma história já que ela não conseguia dormir; então, naquela hora, verbalizei o conto e a doce menina queria saber se a estória era verdadeira ou não.

Crianças são consideradas vulneráveis quando expostas à situação de risco. Permitir excessivamente o uso de telas corresponde a vulnerabilizar as crianças, que, por sua vez, não se socializam, repetem estratégias, conversas e falas que veem e ouvem nos vídeos. Não podemos impor estresses extras às crianças, portanto, vamos colocar limite no uso de telas, em nós e neles.

Usem as armas da paz (constância, perseverança, verdade, justiça, boa nova, compaixão, compartilhamento, confiança, descanso, oração) com as crianças e não se esqueçam que o exemplo arrasta.

 Heloisa Helena Valladares Ribeiro

Advogada e membro do IBDFAM

@heloisaribeiro1704

@valladaresribeiro.advogados

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