ARTICULISTAS

A criança é a mais vulnerável

Heloisa Helena Valladares Ribeiro
Publicado em 22/12/2022 às 19:05Atualizado em 26/12/2022 às 22:56
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Em uma separação/divórcio, seja amigável ou litigiosa(o), a criança não tem como deixar de sentir. Ela enfrenta o processo sem saber se defender.

A criança passa por uma tensão material e emocional, sente que precisa se defender de algo ou de alguém, e para isso irá criar um mecanismo de proteção, pois não sabe como será viver sem o pai ou sem a mãe.

A criança poderá passar a desenvolver nervosismo e até criar fantasias ou então tapar os ouvidos para não escutar o que os pais falam um do outro que a magoe. Alguns pequenos chegam, inclusive, a mentir.

No processo de separação/divórcio é importante que os pais saibam como acolher os filhos, porque eles buscam a conexão tanto com o pai quanto com a mãe; por isso, o comportamento deles é decisivo na felicidade dos menores.

Não pode mais ser tolerado a criança ou o adolescente ser agredida(o) pelos adultos. Seja qual for a agressão, não é normal, natural, saudável e não deve ser desculpada e muito menos silenciada pela sociedade.

Estamos avançando com pequenos passos na violência contra a mulher e devemos fazer o mesmo com a violência doméstica contra a criança e o adolescente, que cresce e não é divulgada na mídia.

O julgamento não deve ser sobre o outro, mas sobre nós como pais.

Afinal, o que temos feito para nos tornarmos construtores de emoções, catalizadores de sentimentos e facilitadores do diálogo?

Quando a criança cair e se machucar, nós não temos que chegar perto dela e dizer levanta, sacode a poeira e dá volta por cima, mas verificar o que houve, ou seja, não pule etapas do crescimento.

Para criar filhos, não basta intuição, são necessários estudo, pesquisa e ajuda.

Sendo os pais os adultos da relação, não poderão usar com os filhos, sejam crianças ou adolescentes, dois pesos e duas medidas.

Trago uma construção de NISE DA SILVEIRA tão precisa para a educação da criança quanto do adult

“É necessário se espantar, indignar-se e se contagiar. Só assim é possível mudar a realidade.”

A médica revolucionária foi pioneira na luta antimanicomial, estando atualizada com o direito de família, pois não podemos silenciar crianças e adolescentes que precisam de uma educação positiva.

Quando nossas crianças ou adolescentes chegarem em casa para desabafar, que possamos escutar sem julgamento, sem querer dar uma lição de moral, demonstrando que a gente está ali para o que der e vier.

Hoje não devemos engasgar os choros da criança. Ao invés de dizer:

– Engole o choro! Devemos dizer:

– Tudo bem chorar.

– Quer um abraço?

– Eu também choro.

– Quer um colo?

– Você está seguro comigo.

Afinal, de todos, a criança é a mais vulnerável.

Que neste NATAL possamos aprender através da educação positiva a fazer felizes nossas crianças e adolescentes, com muita alegria! 

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