Na inauguração do segundo prédio do Fórum da Justiça Estadual, em maio de 1972, no mesmo local onde existiu o anterior, inaugurado em 1916 na rua Lauro Borges, foi colocada placa comemorativa logo na entrada, à esquerda, com os seguintes dizeres: “Ao ilustre uberabense Dr. José Maria dos Reis, deputado estadual idealizador e construtor do primeiro edifício do Fórum quando da criação da comarca, a homenagem de Uberaba”.
Homenagem justa. Com dois poréns, no entanto. Deputado não constrói. Indica ou determina em lei. Quem executa e constrói é o Executivo, ou, no caso, o Tribunal de Justiça.
Porém, grave mesmo constitui afirmar que o prédio do Fórum, inaugurado em 1916, foi construído “quando da criação da Comarca”.
A comarca de Uberaba, com a denominação de Comarca do Rio Paraná, foi criada pela lei provincial nº 171, de 23 de março de 1840! e provavelmente instalada no ano seguinte pelo juiz Joaquim Caetano de Silva Guimarães, que chegou a ministro do Superior Tribunal de Justiça, atual Supremo Tribunal Federal.
Asilo Santo Antônio
Influenciado pela extemporânea comemoração, em 2012, do centenário de inauguração do Asilo Santo Antônio – que se sugere seja denominado de Centro de Convivência Santo Antônio – o Jornal de Uberaba, de 16 de setembro daquele ano, estampou vistosa manchete de primeira página “Asilo Santo Antônio Comemora 100 Anos”, aduzindo logo no início do texto “que foi inaugurado no dia 8 de setembro de 1912”, desinformação repetida na matéria sobre o assunto em página central.
Na realidade, nos referidos dia, mês e ano foi lançada a pedra fundamental do prédio, cuja inauguração se deu no dia 3 de janeiro de 1915.
Estádio do Uberaba Sport Club
Em livro lançado em 2019, na p. 233, informou-se que Chiquito Rosa foi “o doador do terreno no alto das Mercês onde foi construído o estádio Boulanger Pucci”, que foi inaugurado em 1º de novembro de 1922.
Tal informação colide com a aquisição pelo Uberaba Sport por escritura pública lavrada no Cartório do 2º Ofício de Notas e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, no Livro 3-1 de Transcrição das Transmissões, sob o nº 9.955, em 20 de dezembro de 1920, de imóvel pertencente a Stanislau Severino Soares e esposa de terreno no alto das Mercês, com área de 200 x 120 metros, ou seja, praticamente meio alqueire.
Conquanto isso, nada impediria doação para completar ou aumentar o terreno, o que demanda verificação.
O “artista” Whady José Nassif
Em legenda de foto de quadro pertencente à Câmara Municipal, publicada no Jornal de Uberaba, de 20 de julho de 2007, foi atribuída a autoria do aludido quadro ao “artista Whady José Nassif”.
Contudo, Nassif, de que não consta ter pintado nenhum quadro, era o prefeito da época na qual o texto da legenda atribui a elaboração do quadro, 1940, certamente do pintor (esse sim) Anatólio Magalhães.
Hotel Regina
Em manchete de página interna, o Jornal de Uberaba, de 5 de maio de 2009, desinformou que “Hotel da Década de 70 Vira Casa Abandonada”.
Todavia, a inauguração desse hotel ocorreu em 1º de novembro de 1940 (mais de trinta anos antes!), sendo, então, considerado o prédio mais moderno da cidade.
Incineração de livro de Doca
Em artigo publicado no Jornal da Manhã, de 21 de agosto de 2013, foi dito que Orlando Ferreira, o Doca, teve livro confiscado e queimado em 1928, ano em que lançou Terra Madrasta, que não teve esse destino.
O livro de Doca que foi confiscado e queimado mediante sentença judicial transitada em julgado – mas escapando diversos exemplares – foi Pântano Sagrado, lançado em 1948.
Início do Senac em Uberaba
No folheto Senac Informa, ano VII, nº 39, de março de 2011, editado pelo próprio Senac, foi desinformado que “o Senac está presente na cidade de Uberaba desde julho de 1983. Nesses quase 28 anos...”
Do mês de julho até pode ser. De 1983, não! O Senac existe e atua em Uberaba há mais de 20 (vinte) anos, pelo menos, antes do ano indicado.
