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Os poderes do mundo

Guido Bilharinho
Publicado em 21/06/2025 às 12:00
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Conquanto o mundo esteja em perigo, conforme exposto nos artigos anteriores, continuam, vastas e graves, as medidas implementadas por países e governos para ampliarem, aperfeiçoarem e multiplicarem seus armamentos de elevado poder de destruição sob o vão pretexto de segurança.

Justamente esse pretexto é que vem proporcionando total insegurança, fragilizando a todos face às tremendas armas construídas com poderes de destruir a vida na Terra.

Não obstam à ação dos poderes do mundo a percepção e o conhecimento dessa possibilidade catastrófica.

Não se lhes importa o perigo que isso representa para toda a humanidade. Armam-se e armam-se cada vez mais e sempre com mais proficiência, empenho e poder destrutivo, considerado irônica, inconsequente e contraditoriamente de defesa e segurança.

Têm-se, pois, de um lado, a inconsequência e o poder destrutivo, e de outro, a cada vez maior fragilização do planeta. Quanto maiores e mais eficazes uns, mais exposto e frágil o outro.

Nada disso, porém, é considerado e sopesado pelos poderes do mundo. Só levam em conta, somente têm como objetivo fortalecerem-se cada vez mais.

E como um ou alguns procuram se fortalecer incontrolavelmente, os demais, para tentar equilibrar as forças, também se lançam, sempre inconsequentemente, sempre perigosamente, no caminho de desenfreado armamentismo.

Em consequência, a Terra, nosso planeta, nossa habitação, torna-se grande arsenal por si e em si mesmo altamente perigoso dada a possibilidade de descontrole e incidentes, além de conflagração militar deliberada, sempre uma possibilidade.

Conforme O Globo (Rio de Janeiro/RJ, 3 maio 2025), “Trump propõe cortes drásticos em programas sociais e forte aumento do gasto em defesa”.

Os poderes do mundo sempre alegam e se justificam com “armar-se para defesa” uns dos outros.

Por sua vez, o sempre belicoso continente europeu (duas guerras mundiais e centenas de outras entre si ou contra o mundo) também quer entupir-se de armas, quanto mais mortíferas e destruidoras melhor.

No mesmo citado jornal, porém, de 3 de abril de 2025, a atual presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, “tem dito que busca uma paz (sic) duradoura. Mas essa paz duradoura, segundo ela, ‘só pode ser construída com base na força, e a força começa com o fortalecimento de nós mesmos’”.

E os vizinhos? Ficarão de braços cruzados diante desse “fortalecimento de nós mesmos”? Claro que não. E tome armas, sempre mais armas, de lá e de cá.

Mais recentemente, em continuidade do permanente incitamento pelos Estados Unidos de que todos se armem, Pete Hegseth, secretário de Defesa daquele país, “afirmou nesta sexta-feira [30 maio 2025] que a China está se preparando para usar força militar na região indo-pacífico. Ele pediu aos aliados da área que aumentem (sic) os investimentos em defesa e citou riscos em Taiwan” (Reuters e G1). Gastos, como se sabe, desviados da saúde, educação, habitação, saneamento, etc.

Assim caminham a loucura e o desvario mais impudentes (e imprudentes) e mais irresponsáveis. O simples fortalecimento de um país ameaça tacitamente o vizinho. E cada um se fortalecendo incessantemente transforma o planeta em barril de pólvora.

Por trás de toda essa beligerância agem os espúrios e deletérios cordéis do complexo industrial-militar e dos demais fabricantes da morte, cujo único objetivo não é a paz nem a segurança, mas o lucro.

Esses fabricantes da morte induzem os mal preparados dirigentes das nações a se armarem cada vez mais.

É o que vem ocorrendo.

Só que, desde que cientistas argentários pagos a peso de ouro pelo establishment de alguns países estabeleceram a “cizânia entre os átomos”, como esclareceu o poeta Ricardo Marques, da cidade de Patos (no Triângulo), a ameaça e a insegurança deixaram de ser setorizadas para atingir a precarizar a existência da própria Terra, mergulhada em mortífero e infernal vórtice destrutivo nuclear.

Diante disso, face a esse quadro dantesco, o que fazem os oito bilhões de seres humanos que habitam o planeta?

Fora uma ou outra voz isolada, nada!

No máximo, como nesta série de artigos, balbuciam quase silenciosamente protestos que se perdem no vácuo existencial deixados pelos quase dois milhões de presentes em show de cantora que daqui a alguns anos nem se saberá que existiu.

Pretextos e advertências isolados e desconectados, por não integrados em consistente, organizado e atuante movimento universal de desarmamento por não existente, nada, absolutamente nada, nenhum efeito produzem e nem ao menos induzem a se suspender esse desvario e insanidade, que, além de desviar bilhões de recursos da saúde, educação, habitação, cultura e saneamento, tornam a Terra não só insegura quanto em perigo.

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