Até a década de 1930, o centro econômico mundial concentrou-se na Europa, estando os Estados Unidos e Japão em ascensão.
Na Europa surgiu, organizou-se e tomou o poder o nazismo na Alemanha, ditaduras ultradireitistas na Espanha e Portugal, estando a Itália sob domínio fascista desde a década anterior.
Desencadeada a Guerra pela Alemanha, na Europa, e pelo Japão, na Ásia, o mundo mergulhou em conflito bélico de largas proporções, ceifando milhões de vidas e procedendo a destruições muito mais amplas e abrangentes do que as ocorridas na Primeira Grande Guerra (1914 – 1918).
Em 1945, o planeta foi vitimado, pela primeira vez, por bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, promovidos pelos Estados Unidos. Em 1949, a então União Soviética efetuou sua primeira explosão atômica.
Após o término da Segunda Grande Guerra, em 1945, estabeleceu-se nova conformação geopolítica com a denominada Guerra Fria e as refregas quentes na Coreia (1950 – 1953) e no Vietnã (1955 – 1975).
Dissolvida a União Soviética com o retorno de suas quinze repúblicas ao status quo ante, os EUA emergiram mais poderosos e mais solitários, pautando o mundo.
Antes disso, no decorrer da década de 1970, com a colaboração dos próprios EUA, que, com Nixon restabelecendo relações com a China comunista, para ela transferiram, implantaram e implementaram daí em diante inúmeras instalações industriais, esse país asiático (décadas anteriores pasto das potências e vítima de invasão japonesa) deu início à sua, até certo ponto vertiginosa, ascensão econômica, bipolarizando-se tempos depois novamente o mundo, agora em torno da economia, e não mais de conotações ideológicas ou programáticas.
Nessa nova contextualização planetária, os EUA, não aceitando o desenvolvimento econômico e a concorrência chinesa e deixando claros seus objetivos, pretendem cerceá-la econômica e politicamente, à semelhança do Império Romano, que não tolerou a existência, o poderio econômico e a concorrência de Cartago, cidade do norte africano, com ela travando três guerras, derrotando-a e destruindo-a ao final da última, ficando célebre a expressão Delenda est Carthago, com que Catão (234-149 a.C.) terminava suas intervenções no Senado romano.
O poderio e a expansão econômica chinesa e também a russa afetam a economia ianque, que naturalmente se restringe proporcionalmente ao avanço daquelas, encaminhando-se o comércio internacional até para a substituição do dólar como moeda padrão, com o que os EUA mais se enfraquecerão.
Enquanto estes se debatem em crise, a China cresce e se expande.
Aí é que mora o perigo! De que, não conseguindo se prevalecer pacificamente, os EUA recorram, como os romanos, à guerra!
Só que agora poderá não ser uma guerra como as outras, limitada a matar e destruir localizadamente, conquanto sempre assim comece.
Agora o mundo assenta-se em portentoso arsenal nuclear, disseminado por vários países, notada e exponencialmente nos EUA, na Rússia e, segundo consta, também na China.
A guerra tradicional e localizada já começou entre EUA/Otan e Rússia na Ucrânia, esta, simples instrumento provocador daqueles, já que a Rússia não tolera a inclusão da Ucrânia na Otan e o assentamento de bases de mísseis nesse país, com Moscou a cinco ou menos minutos do alcance de mísseis aí alocados.
Isto, com igual razão e do mesmo modo que os EUA não toleraram a instalação de bases de foguetes em Cuba, colocando o mundo, em 1962, à beira da Terceira Guerra Mundial, evitada pela retirada desses foguetes e o compromisso dos EUA de não fazerem o mesmo nas fronteiras russas, o que, parece, os EUA esqueceram!
Segundo Jamie Dimon, CEO (Chief Executive Officer) do banco JP Morgan, o maior do mundo, “a Terceira Guerra Mundial já começou” (Exame/Insight), afirmando ainda que “O maior risco para a humanidade não é a mudança climática, mas a proliferação nuclear [....] Se a disseminação de poderes nucleares continuar, é só uma questão de tempo até [que] cidades inteiras possam ser dizimadas”.