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Ambição

Após uma palestra, eu fui procurado por um rapaz que estava na plateia. Ele me cumprimentou

Fulvio Ferreira
Publicado em 05/11/2019 às 18:09Atualizado em 18/12/2022 às 01:38
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Após uma palestra, eu fui procurado por um rapaz que estava na plateia. Ele me cumprimentou, agradeceu pela oportunidade e disse que, apesar de tudo, estava muito feliz no cargo que desempenhava. 

Aquele jovem ocupava as funções de auxiliar operacional. Havia abandonado a faculdade, não por falta de dinheiro ou tempo, mas por falta de interesse. 

Questionei sobre outras áreas e tantos outros cursos, no intuito de fazer os seus olhos brilharem, mas não obtive êxito.

Aquele jovem, filho de uma boa família, estudou num dos melhores colégios da cidade, já morou em cidade grande e voltou para a sua cidade natal, no interior.

Ele, categoricamente, me afirmou que estava satisfeito como estava e que não tinha ambições. Retruquei que ele estava errado e que deveria, sim, ter ambições na vida. Não importava se as ambições fossem de ordem financeira, econômica, cultural ou social. Ainda expliquei: Ambição é o desejo de alcançar determinado objetivo.

Mas, para ele, tudo estava bom; não faria nenhuma diferença se alcançasse um curso superior ou ganhasse mais dinheiro. Ter cultura ou reconhecimento não lhe importava.

Confesso que fiquei abismado. Um rapaz de pouco mais de 20 anos prostrado diante da vida. Sem a mínima vontade de crescer e evoluir. Entendo que é propósito divino buscar as coisas do alto (Col.3,1), mas nem a isso ele se propunha. 

Sonhos? Zero! 

Então, perguntei: Do quê você gosta?

Balada, festa, uma cervejinha?

Ele me respondeu: “Claro, gosto de tudo isso.”

– Você tem amigos? Paqueras? 

– “Sim, sou normal. Só não faço questão de nada.”

Tive o privilégio de estudar num Colégio Marista. 

O Sr. Antônio, o diretor, homem probo, correto e muito humano, sempre repetia uma frase atribuída a Marcelino Champagnat: 

Uma criança parada no intervalo das aulas tem um espinho no pé ou no coração.

Adaptando a possível afirmação do fundador dos Irmãos Maristas, eu afirm um jovem sem ambição, sem vontade de crescer e de conquistar o mundo tem uma venda nos olhos, amarras no corpo e um cravo no coração.

Devemos manifestar gratidão ao Pai, ao Criador em todos os instantes da vida, mas não podemos ficar parados. Se Deus nos quisesse imóveis, Ele nos daria raízes, e não pés.

Então, como temos pés, devemos agir e nos movimentar, semear amor, disseminar alegria e cultivar a paz. Assim, com o objetivo de crescer e evoluir, alcançaremos coisas grandes, as coisas do alto! 

(*) Empresário, palestrante e treinador de equipes

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