ARTICULISTAS

Aos mestres com carinho

Euseli dos Santos
Publicado em 16/10/2023 às 19:02
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Neste Dia do Professor quero enaltecer a classe trabalhadora que julgo ser uma das mais essenciais para a manutenção e formação de uma sociedade mais justa, igualitária, humanizada e geradora de cidadãos conscientes das suas responsabilidades e direitos, que se esforçam para viver em harmonia com outros seres humanos e toda forma de vida existente neste planeta.

Aliás, você sabia que a educação é um direito garantido? O art. 205 da Constituição Federal diz o seguinte: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Na prática não é bem assim que acontece. A educação brasileira está em decadência há um bom tempo. Ao redor do país existem diversas evidências que denunciam o descaso do Poder Público: escolas sucateadas, falta de educadores (principalmente qualificados), difícil acesso às instituições (os alunos que moram em cidades muito pobres precisam andar quilômetros para chegar à escola ou não há vagas suficientes para atender a toda a população local), sem contar os inúmeros casos de agressão a professores dentro das salas de aula.

Sou da época que o professor recebia a alcunha de mestre. Tempo que a classe era reverenciada pela sociedade. Pasmem! Os professores já desfrutaram de prestígio, boas condições de trabalho e ótimos salários. E as escolas públicas eram as mais bem-conceituadas. Só os melhores alunos podiam ocupar suas cadeiras. A grade curricular revelava a excelência da educação, entre as disciplinas constavam Latim, Francês, Artes, Filosofia, Educação Moral e Cívica. Hoje em dia é preciso pagar caro para acessar um bom colégio que prepare crianças e jovens para os desafios da vida adulta, o que fomenta ainda mais a desigualdade social no país e, consequentemente, a impossibilidade da população de baixa renda ascender socialmente.

Claro que os tempos são outros. Não podemos desconsiderar acontecimentos e transformações que mudaram completamente o rumo da humanidade, como a globalização e os avanços das ciências e da tecnologia. Tanto que aquela imagem de professor como autoridade máxima à frente da sala de aula caiu por terra. Evoluímos de tal forma que somos cidadãos mais críticos e conscientes, o que no meu entendimento é fundamental para o processo evolutivo da humanidade. Os educadores modernos atuam como mediadores da aprendizagem, ou seja, eles são profissionais capacitados e detentores dos saberes, mas que compreendem – e aplicam – a importância do diálogo e da troca com os alunos. Dessa forma, eles se reinventaram e reafirmaram seu papel em prol do crescimento da sociedade.

Isso denota que a evolução de um país acontece de forma orgânica, com ou sem o apoio do Poder Público. Ao juntar forças, nós, cidadãos, conseguimos evoluir individual e coletivamente. E assim os professores perpetuam sua missão de que a educação é transformadora e pode ajudar a sermos o Brasil que queremos ser e ver num futuro próximo.

Por fim, saúdo a todos os educadores (mestres) que ousam desafiar as autoridades públicas municiando nossas crianças e jovens com a luz do conhecimento e os libertam das algemas da opressão da ignorância.

Euseli dos Santos é advogado em Uberaba/MG – OAB/MG 64.700, especialista em Direito do Trabalho; mestre em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp); conselheiro estadual titular da OAB/MG triênio 2022/2024

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