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Decisões na Igreja

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 23/05/2025 às 18:57
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Passamos por uma experiência de decisão, com a escolha do novo papa. Ele é o de número 267 na sequência histórica. História que começou com o apóstolo Simão Pedro, escolhido por Jesus, que o chamou de pedra, de base na estrutura da Igreja. Hoje é Leão XIV, fruto da ação do Espírito Santo, invocado num clima de unidade e de espiritualidade de 133 cardeais, no Conclave, que o elegeram.

Temos a reta consciência de que o Espírito Santo orienta as decisões da Igreja e não a deixa perder o real perfil da identidade do projeto de Jesus. No centro desse projeto está a imagem concreta da construção de um mundo novo, porque isto é um fato possível. Mesmo com todas as fraquezas e limites, a Igreja não perde a direção de um futuro promissor. É para isto que ela está presente no mundo.

O primeiro Concílio da Igreja aconteceu em Jerusalém, para onde foram os dois apóstolos, Paulo e Barnabé (At 15,1-35), em busca de uma decisão sobre a prática da vida cristã, aquela de ter que ser circuncidado ou não. Chegaram à conclusão de não impor nenhum peso nas costas dos novos convertidos. Na resposta foi dito: “Nós e o Espírito Santo decidimos...” (At 15,28).

Existe uma enorme diversidade quanto ao pensamento e de atitudes dentro da Igreja que depende de discernimento e tomada de decisão nos momentos oportunos. Isto acontece em todos os passos da história, pelo fato de ser constituída por pessoas humanas. Os naturais conflitos e tensões exigem tomada de decisão da Igreja, tanto no âmbito das pessoas como da coletividade.

É desafio para a Igreja ter que agir e decidir nas situações marcadas por contradição, perseguição, adversidades, ideologias extremistas e individualismo, porque levam ao desânimo e à perda do sentido da vida. As pessoas ficam sem poder de luta para construírem um mundo e uma cultura novos. Daí vem o esvaziamento na prática da fé e dos compromissos com a vida cristã mais atuante.

A paz é a principal notícia proclamada pela Igreja. A nova cultura carrega consigo o peso de um verdadeiro “gargalho”, que é o mundo da violência. Isso está entranhado em todos os setores da sociedade, porque falta seguimento do jeito de viver de Jesus Cristo. A tônica evangelizadora do papa Francisco deixou como marca a luta para construir a paz no mundo. Ele morreu sem isto acontecer.

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