A esperança é o contrário do desespero, da aflição e da perda de rumo, que as pessoas enfrentam na estrada da vida. As incertezas provocadas pela realidade moderna são extremamente profundas e o cenário mundial ocasiona muita preocupação. Podemos imaginar o desespero de milhares de famílias totalmente destruídas com a perda de entes queridos nas guerras assassinas pelo mundo.
A reconstrução dos meios que favorecem uma vida digna é substrato significativo para a esperança. Assim aconteceu com o povo de Deus exilado na Babilônia, ao retornar para suas origens na Palestina. Assim acontece com quem vive à margem da sociedade, por não ter o necessário para a própria sobrevivência e encontra um caminho de esperança, de reconstrução da vida e dignidade.
O Jubileu Bíblico da Esperança deste ano de 2025, cujo tema é “Peregrinos de esperança”, deve provocar a consciência de cada pessoa para ser agente responsável no contexto do vocábulo “esperançar”, a não ficar aguardando passivamente a esperança acontecer. Ela não consolida nos corações vazios e sem compromisso com as realidades cotidianas, que exigem um agir comprometido.
O Reino de Deus é fonte de esperança, porque o Senhor é fiel e comprometido com a vida das pessoas. Mas a esperança não cai do céu, ela é conquistada de forma responsável e madura. Talvez podemos dizer que ela vem de dentro do coração humano, da síntese de tudo que é produzido pela mente humana. Quando se perde a sensibilidade do coração, a vida se torna inviável e agressiva.
A esperança verdadeira está apoiada na certeza da presença de Deus no coração da pessoa. Ali se encontra a fonte da paz, da serenidade, da paciência e da confiança no autêntico futuro. Assim é indispensável repensar a autêntica fé em Deus como restauradora real da esperança, pois ela passa pela caridade curadora do vazio humano e preenche totalmente a vida das pessoas.
A felicidade, como expressão concreta de vida saudável, vem de Deus e é encontrada na pessoa daquele que está ao nosso lado, no próximo acolhido como irmão. É o que fez o bom samaritano ao dar assistência a um desconhecido, caído e ferido pela estrada. Fez-se servidor sem medir nenhuma consequência, mas realizou uma ação que revela a consciência de que tinha esperança na vida.