Infelizmente, a resenha esportiva ultrapassou as quatro linhas do campo. Não é mais aquela dos tempos das rádios Tabajara, Arapuan e Correio, com os narradores esportivos: Joselito Lucena, Amaury Capiba, Eudes Toscano, dentre outros.
Como queria ter meu gol, deixado nas redes do Almeidão, no jogo entre Seleção Paraibana e Santos de Tereré, sido narrado por Tony Nunes, meu amigo de infância. Iniciou sua carreira na Rádio Cultura de Guarabira.
Mas em tempos de VAR, “Vai pra puta que pariu”, já não tem mais a força do: “Mexa comigo, mas não mexa com a minha mãe”, e o cassete cantava no centro. Os xingamentos d’agora são ideológicos. Ainda bem que os mascotes não coadunam com xenofobias.
Pois o cenário político invadiu os templos esportivos e seus flames. Ah! Que saudades do Canal 100, nos cines Plaza e Municipal, em exibição de lances sem desconsiderar o próximo, fosse este semelhante ou não socialmente. A humilhação se limitava aos dribles.
Como se a pessoa quem escolhesse nascer em berço de ouro ou de madeira infestada de cupins roedores de sonhos. Ou então, ponha-se a culpa em Deus, como reclamou Caetano Veloso, que tinha o mundo inteiro, mas nasceu brasileiro.
Daí, o São Paulo, não o santo, pode ser punido porque um de seus jogadores nomeou o adversário de “Venezuelano morto de fome”. Bastante para o jogador agredido verbalmente cair em prantos, não por ser; mas por seus compatriotas viverem dias difíceis.
Portanto, se muitos não podem ter acesso a comezaina e ainda lhes é suprimida toda e qualquer esperança... Aí fica difícil. Sim, serão contínuos mortas fomes. Coisa que ninguém precisa estar passando na cara. Posto o ronco da barriga não deixa esquecer, avisa a todo instante.