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Sexagenária

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 05/11/2022 às 15:37Atualizado em 15/12/2022 às 23:42
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Não estava presente quando ela nasceu. Mas a data, bem me lembro! Era dia de festa. Nomes ilustres representavam um grupo de projeção. De uma casta de intelectuais, desde o clero a jornalistas, médicos, advogados, historiadores, professores!

Pensamentos afins e ela deu voz à comunidade. No início, sem moradia, sempre presente em residências que não a deixavam esmorecer, porque corria-lhe nas veias, o ideal de um sonho que nascera forte e bem acompanhado. Porque, um sonho não se sonha sozinho, para que cresça robusto e caminhe triunfante.

Fez história. Tornou-se respeitada por todos. Pelas muitas vitórias, percebeu a comunidade que ela precisaria de abrigo. Bons administradores passaram a respeitá-la.

Tornou-se uma amiga, morada discreta de enorme coração.

Seu nascimento, repito, em data memorável (15 de novembro), que os bancos escolares nos mostraram data cívica de uma contemplada Proclamação da República, afastando de vez a monarquia portuguesa. Data que poderia elevar o acontecimento de elevadas atitudes patrióticas, de brasilidade verde /amarela, mas que, infelizmente, conspurcada por vozes de homens, vendilhões da Pátria!

Nossa Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM) se faz lembrada pelos que a amam, pelos que veem nela, a continuidade do nosso lar. Onde irmãos de coração se confraternizam. Nosso templo do saber, na mesclagem das letras.

Estamos, há três biênios, compromissados, seguindo o exemplo de valorosos nomes que a abraçaram. Citar nomes e feitos, são tantos, que a memória poderia falhar.

Mas nos meus guardados, uma voz se ergueu em declaração de afetuosos sentimentos.

Não titubeei em pinçar certas frases, que transcrev

“O que lhe ofertar nos seus 60 anos? A paz entre seus filhos estaria de bom tamanho?

No seu silêncio providencial, sabemos que você responderia: SIM! Que cada um de nós, numa reflexão, possamos, em correspondência ao bem recebido, lhe dar um pouquinho do muito que você merece. Afinal, você nos dá tanto! O título de Acadêmico que nos conferiu, é como se fosse mais um sobrenome agregado ao nosso nome. Quanto vale essa honraria? ...tenho consciência de que realizei pouco diante do muito a ser realizado.

...Querida mãe acadêmica... estamos aqui para renovarmos o compromisso de colocá-la, sempre, acima de nossas divergências pessoais… prometo que terei o coração lavado, isento de mágoas. Você, com amor materno, me ensinou a pensar grande, tendo os pés no chão… dê-nos a humildade de passarmos um apagador nos senões do passado e encarar o futuro de mãos dadas!” (Presidente João Sabino)

Eis um grito de amor consciente, humilde. Uma corrente de paz, de eloquente superação de sentimentos e ressentimentos. Página a merecer moldura, ao lado do Hino da ALTM: O livro tem voz/No ideal se agiganta!

Arahilda Gomes Alves 

Vice-presidente da ALTM em 3ª gestão

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