ARTICULISTAS

O quinze e outras datas de outubro

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 27/10/2022 às 19:27Atualizado em 16/12/2022 às 00:10
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Outubro traz em seu bojo o reconhecimento de tantas profissões! Comemorações gigantes, como o Dia da Criança, mais voltado para as preocupações e alertas a esse ser que colocamos no mundo, indefeso, frágil e inocente.

O Dia do Médico, os anjos do jaleco branco a quem recorremos quando a saúde nos falta, a pressão sobe, o coração com disritmia, descompassado e sem passo, muitas das vezes com pedras pelos caminhos, rolando e cantarolando.

O Dia do Poeta, em que sentimentos e emoções, muitas vezes, sobrepujam a razão. Poeta que afaga o coração em alegrias e dores. Aquele que faz da saudade, discreta bandagem camuflada. Poeta que desenha paisagens no acalanto da dor. Literato que faz da poesia uma aquarela de cores, que a paleta cria em borrifos de dores, criando formas e enfeitando a tela de amores.

Destacando o dia quinze, por ser mestra, é data merecedora de todos os holofotes. Nosso Facebook se engalana para homenagear os que labutam na seara da Educação.

Pinço uma só mensagem, de real grandeza e respeit “no Japão, o único profissional que não precisa se curvar diante do imperador, é o professor, pois, segundo os japoneses, numa terra em que não há professores, não pode haver imperadores.”

Ah, se isso fosse aplicado aqui no Brasil, onde os que imperam nos altares e nichos, como falsos santos de mãos nos bolsos, curvam-se apenas para se enriquecerem nas esferas côncavas e convexas do Planalto!

A nação tripudiada nas muitas sessões, onde o interesse próprio sopra benesses biliardárias, esquecendo-se todos, das lições de civismo, patriotismo e ética assimiladas nos bancos escolares. Assunto esse, que gira em roda-gigante, sem um nunca terminar, colocando os interesses de um povo relegados a segundo plano.

O heroísmo de uma professora, anos passados, que para salvar seus alunos, na cidadezinha mineira que apareceu no mapa apenas pela tragédia de um psicopata e que deveria estar afastado e não no trabalho de uma creche, é o simbolismo de governos ineptos. Mais alguns dias e cairá no esquecimento, o que marcou em pleno mês de comemoração, a professora imolada no altar da Pátria. Daí, minha Oração à mestra, tecendo poesia entre o sonho e a realidade:

Bendita sejas tu, Mestre/ Pisando chão duro da estrada/Atingindo dura encruzilhada/Que o feitiço do ideal/Não te fez esmorecer/Bendita sejas tu, Mestre/Caminhando sob chuva/Sol escaldante, vento frio/ Abraçando, peito aberto/Com objetivo certo/Sem te deixares abater/ Bendita sejas tu, Mestre/Enfraquecida pelos caminhos/Desgastada como se fosses/Os missionários eternos/De santa e nobre missão/Figura sempre evocada/De sant humano e divino/Ser que jamais se aniquila/ Na luta, grande jornada/Porque teu nome enobrece/Tecido em forma de prece/Imolado no Altar da Pátria/Em forma de oblação!

 

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