ARTICULISTAS

Natal de 2021

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 23/12/2021 às 19:06Atualizado em 19/12/2022 às 00:39
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Nunca chegou tão rápid já é pré-Natal! Não sei se é a Terra com seus movimentos de rotação e translação ultrapassando quilometragem permitida, sem que o radar escondido entre as nuvens os perceba, ou se é o Bom Velhinho Noel, que, ansiosamente, quer esvaziar o saco, cheio de atribulações, congestionado pelas intempéries catastróficas da natureza. E, neste ano, um vírus da China causou pandemia em situação de horror e calamidade. Papai Noel achou melhor descansar as renas em idade de risco por não suportarem tanta carga. A humanidade faz pedidos neste ano, marcado de inquietações, para que a paz, a saúde e a felicidade não soem ocas, sempre saturadas de um repetir da boca para fora em anos que já se foram.

Pessoas não correm às lojas sobraçando embrulhos, agindo como em outros Natais, para entregá-los antecipada e impacientemente. As festas de confraternização que “pipocavam” por todos os lugares, hoje estão restritas a poucos. Somente os sinos tangem canções natalinas, ansiosos na conquista de corações, que enfrentam o vírus que tomou de assalto toda a Terra.

Noel mantém-se incrédulo com os adultos. Mas, com as crianças, redobra-se de carinho. Pelos anos afora, épocas natalinas, demonstram ao adulto que é através do bom exemplo que a criança crescerá sadia e sem medo. Puxa as orelhas dos grandes, alertando que não é só neste ano que se deve praticar a terapia do “mea-culpa”.

Que o sarcasmo e o orgulho de muitos jamais se ocultarão sob a carcaça da hipocrisia neste 2021, em que a “máscara”, que sempre condena, tornou-se complemento da moda.

Sofrido Noel, mesmo em ano atípico, vê mãos que se levantam punitivas aos gestos complacentes. Os ressentimentos, aos gestos de perdão. Os sarcásticos sorrisos, que a máscara acolhe, ao riso franco e leal. Assiste, reiteradas vezes, às perversidades sem que a justiça humana as condene. Desolado, ouve pregões de paz em aumentativos do perdão, da autoabsolvição, mas se pratica o desentendimento. Nem bem descansa no macio tapete de nuvens azuis e brancas para o sono reparador, ouve-se armas deflagradas exterminando seres inocentes. Assiste à politicagem dos poderosos querendo trampolim para novos protocolos, iludindo o povo simples e confiante.

 

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