ARTICULISTAS

Xeque-mate

Iná e Ani
Publicado em 08/05/2024 às 20:22
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Você é destas pessoas ligadas à máquina por 24 horas, em um mundo de festinhas, dancinhas do momento ou em quaisquer informações dos dispositivos eletrônicos? Você fica ligado às informações pulverizadas sem fazer reflexões do que está lendo, esquecendo-se da conexão com o mundo real? Se isso é bom para você, pode não ser para os filhos ou para quem está ao seu redor. É essencial saber o momento de se desconectar e realmente aproveitar e dar atenção às pessoas ao seu lado.

         As redes sociais têm tido grande impacto em nosso cérebro, devido à capacidade de capturar nossa atenção e estimular emoções imediatas. Vale a pena viver conectado nesse mundo fútil? Isso vai nos levar aonde? O uso excessivo das redes sociais nos leva à dependência. Quando somos inundados com uma enxurrada de informações, o cérebro pode ter dificuldade em discernir, levando a uma sobrecarga cognitiva, dificultando o nosso foco. É necessário saber filtrar e absorver o que realmente importa.

          Quando lemos um romance ou texto e queremos ficar dentro do enredo, temos que fazer escolhas, desligar o celular, esquecer as “curtidinhas”, “joinhas” e ler com atenção. É bom destacar as passagens ou fazer anotações ao lado do livro, o que ajuda a criar conexões mais fortes entre o conteúdo lido.                                                                                                    

Quando eu e Ani escrevíamos nossos livros, as pesquisas sobre o assunto de “gêmeos” eram em livros científicos extensos, de 500 a 600 páginas, um processo que envolvia não apenas a leitura atenta, mas também o discernimento sobre o que era relevante. Absorvíamos as partes desses livros selecionando as que considerávamos necessárias para serem incorporadas aos nossos trabalhos. Esse processo de pesquisa e criação sobre gemelaridade sempre foi gratificante, um trabalho árduo, que requer muita dedicação! Abençoados sejam!                                                                                                                    

Lembro que, quando convidadas para fazer palestras nas escolas, eu sempre priorizava aquelas que considerava mais fáceis e envolventes para o público. Ani me passava um “sermão”, dizendo que eu falava sempre as mesmas coisas e colocava outros tópicos valiosos. Alguns me davam um “branco”, então ouvia o segundo sermão. Valha-me São Francisco de Assis!

Na nossa época, era nas revistas “Manchete”, “Cruzeiro”, que líamos crônicas associadas aos fatos do momento. Lembro-me bem que a professora de História da Educação, Dona Wanda Prado, marcou um trabalho da revista “Manchete” sobre as quatro civilizações de grande relevância: Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma. Que maravilha! No entanto, Ani se entreteve com a reportagem sobre os ícones do cinema – Marlon Brando, James Dean, Elvis Presley, suas roupas, atitudes, charme e estilo rebeldia ­– e as quatro civilizações foram para o “brejo”.  No dia da prova final, fizemos uma “barganha”: eu fiz para Ani a prova de História e ela, a de Educação Física para mim. Enfim, cúmplices, iguais, empatadas nas trocas. Ora, pois!

Se os playboys americanos influenciavam por meio de revistas, imaginem nossos filhos ou netos com joguinhos, gratificações instantâneas, estímulos que os tiram das atividades de raciocínio e exigem esforço mental mais profundo!... É crucial estarmos atentos aos conteúdos que os adolescentes consomem, especialmente aos jogos violentos, que podem ter influência negativa em sua personalidade. Nós mesmos temos que nos policiar e estabelecer limites próprios aos chamados dos dispositivos. É necessário o equilíbrio, que nos permita desfrutar dos benefícios da tecnologia, ao mesmo tempo em que mantemos uma conexão profunda com o mundo real e reservamos tempo para reflexões e introspecções.

Vamos fazer escolhas mais saudáveis e construtivas em relação ao nosso consumo e entretenimento na internet. Muitas vezes, o conteúdo nas redes sociais é apresentado de forma superficial e rápida, o que pode levar a uma compreensão parcial e menos duradoura das informações. Uma “dica” é buscar compilados de notícias, como entrevistas no YouTube, vídeos culturais, artigos científicos, podcasts, que trazem uma curadoria de fatos mais importantes. Para evitar sermos dominados ou presos a essa rede de interação digital, temos que nos empoderar para controlarmos nossos relacionamentos com a máquina, impedindo que nos desumanize e nos prenda a um ciclo vicioso.

Você já pensou em dar um “XEQUE-MATE” nos conteúdos supérfluos, fofocas, Reality Shows e outros mais, que nos roubam tempo e nos colocam em total dependência?!

Temos que filtrar e saber analisar criticamente os conteúdos que nada nos acrescentam de benéfico e de produtivo.

Nós ainda temos o “PODER” de comandar a máquina!

Dois beijos

 Iná e Ani

Ocupa a cadeira nº 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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