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Vire a chave

Iná e Ani
Publicado em 15/06/2024 às 18:14
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No século XXI, a visão de trabalho está mudando. Novas tecnologias estão transformando a natureza do ofício. Existe um movimento crescente em busca do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, qualidade de vida e bem-estar.

A ideia de que o trabalho numa empresa dignifica o ser humano é válida em muitos aspectos, mas não é verdade absoluta para todas as pessoas. Quando temos um propósito profissional, muitos sofrem, pois sequer têm a chance de sonhar. Grande parte da população luta para atender às necessidades básicas de sobrevivência, como alimentação, abrigo e segurança, o que deixa pouco espaço para reflexões mais profundas sobre sua vocação, seu dom e sua realização pessoal. 

Em situações de pobreza e insegurança econômica, o foco é o meio de sustentar a família. Grandes inteligências vivem em trabalhos de escravidão, às vezes por um salário mínimo. Essa é a única maneira de justificar a vida.

O pior é a pressão pelo desempenho, gerando insegurança e desequilíbrio, em um ambiente de competição, causando estresse e ansiedade. Vale a pena?

Se você tem um sonho, um propósito específico, e tem o “dom”, deve sair dessa angústia e se transformar em um pequeno empresário. O trabalho ganha sentido quando você reconhece seus talentos pessoais. O empreendorismo fala alto para aqueles que têm uma vocação específica, quer seja na culinária, vestuário, maquiagem, música, arte e tantos empreendimentos enriquecedores.

Eu e Ani, ao longo dos anos, enfrentamos inúmeros desafios na tentativa de empreendorismo. A cada tentativa, um erro. Apesar de nossa determinação e resiliência, fomos um fracasso como empresárias. Fazíamos cursos em variadas áreas, mas faltava aptidão para gerenciamento. Éramos levadas pela empolgação e vontade de dar certo. Por fim, depois de inúmeros prejuízos, percebemos que esses ofícios eram “fogo de palha”. Francamente!

Para empreender, é necessário, antes de tudo, amar o que se propõe a fazer, ter conhecimento específico, um plano sólido e, principalmente, um começo exato. Não se deve deixar levar pela paixão inicial, otimismo, sem considerar as exigências práticas e os desafios de um trabalho autônomo.

Minha cabeleireira tem 40 anos de profissão e sempre amou o trabalho. Com dedicação, especializou-se e focou em empreender no que foi eternamente apaixonada; ganha o suficiente para uma vida de sucesso e saúde mental. Quem não conhece pequenos negócios que se transformam em grandes empresas?!

Muitos estão abandonando o trabalho escravo em empresas, mesmo com bons salários, para desempenharem suas habilidades e criatividade. Produzem bolos, quentinhas, artesanato, vestuários, barzinhos e, hoje, oferecem seus serviços on-line, o que tem permitido ganhar dinheiro como nunca antes e, ao mesmo tempo, encontrar uma forma de realização pessoal e profissional.                             

Quando eu e Ani viramos a chavinha dos sonhos, percebemos que nossa paixão era a pesquisa, a literatura e a educação. Conseguimos canalizar nossa energia e especialização para nosso verdadeiro propósito. Escrevemos quatro livros inéditos sobre gêmeos, abrimos nossa escola particular “Branca de Neve” e percebemos nossa verdadeira vocação e missão.

A busca por um sonho é um luxo que todos podem alcançar. Se você tem habilidade e um propósito, pode confiar e investir em seu talento pessoal. Acredite em seu potencial e, com determinação e ação, trabalho saudável, conseguirá erguer-se e tornar-se gerente de seus sonhos. Mãos à obra!   

Dois beijos...


 

Iná e Ani

Ocupa a cadeira nº 4 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro


 

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