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Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 01/08/2022 às 19:08Atualizado em 18/12/2022 às 21:36
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A vida é aleatória. Ninguém sabe como, nem se vai terminar esse dia como planejou, ou como terminou ontem.

Na esfera de tudo o que pode correr mal, há graus variados de gravidade e intenção. Há os que vêm de forças imprevisíveis, como certas doenças e eventos da natureza. Ou aqueles provocados, ainda que sem intenção, como acidentes mais ou menos graves. E há os atos dolosos de ser humano contra ser humano.

Alguém decide causar dor ao próximo, por vantagem pessoal ou outro motivo. Prazer? Poder? O fato é que dói em duas frentes: as próprias consequências negativas e a total incompreensão. Como é possível que alguém seja capaz de tamanha ausência de empatia? Não somos todos seres humanos? E irmãos nessa luta sem fim chamada vida?

O princípio “amar ao próximo como a si mesmo”, presente em tantas religiões, tem um corolário básico para os assumidamente mais involuídos: “pelo menos não odeie o cidadão”. Se não dá para sentir afeto, ao menos não vamos prejudicar; trate o seu vizinho como gostaria de ser tratado.

Mas, não. Muitos anos de pesquisa a criminosos variados mostram a chocante conclusão. Eles têm tudo bem justificado, numa lógica indecente e periclitante. “Eu roubei, mas eles é que deveriam ter se atentado para a, b, ou c”. E já houve até quem dissesse “o crime já foi cometido, o que adianta prender?”.

Quem tem caráter nunca vai ser capaz de compreender a dissonância cognitiva perpétua em que vive o malfeitor. Ter que estar o tempo todo justificando o injustificável é cansativo, envelhece, esgota, cria permanente tensão. Quem quer viver assim? Ninguém, porém é o preço que se paga.

Cada um dá o que tem. O que se lança ao universo é responsabilidade de cada um, e o retorno é garantido.

Porque acontecem coisas ruins a pessoas boas? Quem sabe? O que se pode fazer é escolher como responder. Para quê?

Aprende-se a lição que quem sabe vai evitar coisa pior lá na frente. No choque, o gosto amargo é difícil de engolir. Entretanto hoje é um novo dia e levantar de cabeça erguida não tem preço.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

 

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