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A Bibi e a Cuca, Kuca, Cuka, Kuka

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 22/08/2022 às 20:25Atualizado em 18/12/2022 às 13:59
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São uma loura e outra morena. Em comum, um amor incondicional à mesma pessoa. Claro que há ciúmes e algumas estranhezas, de vez em quando, mas a convivência, em geral, é pacífica.

Ambas gostam das mesmas iguarias e compartilham esses momentos em que não brigam. Já perceberam que trabalhar em equipe nessa hora é mais vantajoso para ambas. Tiveram algum trabalho para treinar os humanos ao seu redor, mas, como todos os gatos, no fim, conseguem o que querem.

São as gatinhas do meu pai, uma amarela, outra preta. A Bibi é magrinha, mais jovem, ágil, arisca e não permite carinhos de qualquer um nem de qualquer jeito. Um cafuné mal colocado e lá vem o rebote, preciso e doloroso. Mas é de gênio, não é por mal.

A Kuka é pacífica, mais velha, mais lenta e muito carinhosa. Nem precisa de nada, já se joga no colo de qualquer visitante desavisado, oferecendo o pescoço e ronronando, este pequeno truque hipnótico dos gatos.

Nunca houve acordo quanto à grafia do nome da Cuca e vale qualquer coisa quando alguém dá notícia nos grupos da família. Sim, porque fala-se muito das duas: a loura Bibi, a morena Kuka.

São companheiras e guardiãs da casa e do seu mestre. Dão notícia de tudo e mais alguma coisa. Mantêm tudo nos eixos, não toleram incumprimentos e têm prioridades claras. Acima de tudo, cuidam do seu tutor (já que ninguém possui gatos). Fazem companhia em todas as horas, observam as rotinas, olham para ele com adoração total, esteja o dia indo bem ou “maisoumenos”.

É um dos poderes dos bichinhos de estimação. Não querem saber sua opinião sobre o mais recente tópico, nem em quem você vai votar, que pecados cometeu hoje ou ontem, ou se o espelho continua favorável, tendo já visto dias melhores. Gostam de você e ponto.

Bibi e Kuka aparecem quando se espera e também quando nem se imagina que estejam por ali. Chegam e fazem o habitual, ou algo completamente novo, mas que confirma o que já se percebe. Elas sabem. Muito mais do que se julga, provavelmente mais do que sabemos nós.

Coloca-se o bicho dentro de casa e pensa-se que está-se fazendo um favor a ele, dando comida e abrigo. Na verdade, é uma troca. Eles dão tudo de si e pagam, com juros e correção, o que recebem.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

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