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Leões

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 13/05/2025 às 18:51
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Um grande homem morreu em 22 de novembro de 1963. Embora esse dia seja lembrado pelo assassinato do presidente John Kennedy, foi também aquele em que partiu deste mundo o escritor C. S. Lewis, autor, entre outras obras, das “Crônicas de Nárnia”, começando pelo livro “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”.

Este é o drama adicional de quem sofre grande perda, porém simultânea a algum evento mundial: a família vive seu luto particular, enquanto o mundo se volta a outro interesse coletivo, que chama a atenção geral.

Assim foi 8 de maio. Enquanto o mundo passava o dia olhando uma chaminé, esperando e obtendo uma resposta, nossa cidade vivia um drama particular, num trágico evento, numa escola local.

O planeta se juntava, virtualmente, ao povo presente na praça São Pedro para ouvir “habemos papam” e descobrir quem, afinal, seria o sucessor de Pedro. Veio a surpresa total, o que era quase impossível, de tão improvável: um papa americano, além de peruano.

Quem é ele? O que pensa? Qual sua posição sobre isso ou aquilo? Os dias a seguir foram para desenterrar tudo e mais alguma coisa sobre o religioso, desde sua infância, a formação em matemática, a vida de missionário no Peru, até o chamado ao cardinalato e à função em Roma.

Católicos, ou não, acompanharam os primeiros passos do novo papa, Leão XIV, buscando sinais. E ele tem se mostrado, está acessível, e falou, celebrou, interagiu.

Há muita esperança. O nome já indica muito e, se o papa Leão XIII lidou com a nascente revolução industrial, o de agora já apontou os desafios da nossa era, com o mundo digital e a inteligência artificial. Não se trata de ser contra, ou a favor, mas se trata dos caminhos para o povo de Deus.

É o início de um papado que, esperemos, seja longo e santo. Porém, para alguns, este papa sempre trará a lembrança daquele dia. Ficam as orações pelas famílias envolvidas, para que encontrem força e consolo.

Além da encantadora fábula com o leão e a feiticeira, C. S. Lewis viveu e escreveu sobre o luto, com palavras que, ainda hoje, tocam: “A dor que sinto agora é o preço que paguei pela felicidade que tive com ela.”

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