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A força acabou?

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 01/07/2024 às 18:15
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Pode ser difícil para um fã mais recente imaginar, mas houve um tempo em que não existia o mito Guerra nas Estrelas (Star Wars). Não havia Luke Skywalker, princesa Leia, Han Solo, Darth Vader, nada disso.

Naquele ano, fomos ao cinema completamente desarmados ver aquele filme estranho que já chamava a atenção no país de origem, os Estados Unidos. Estava bombando por lá; vamos ver do que se trata. E lá fomos.

Na era pré-internet, as coisas viralizavam no boca a boca. E como falamos! Os efeitos especiais, a história inesperada, ainda que muito fiel ao esquema “jornada do herói”, o superguru e mestre Yoda, e “a força”, tão poderosa, que houve até quem se declarasse da “religião Jedi”. Nascia a lenda.

Assim, foi com alguma desconfiança que recebemos o lançamento da segunda trilogia, de 1999 a 2005. Outra era; efeitos melhores, com certeza. Visível o salto na produção, até com atores consagrados fazendo fila na disputa pela honra de participar da história de origem daquele universo.

Agradou mais a uns que a outros, mas dois pontos eram indiscutíveis: era uma saga fiel à original e ninguém gostou do personagem Jar Jar Binks. Então, o impensável aconteceu: os direitos da obra foram vendidos pelo seu criador. Comoção no mundo nerd. Será que os novos donos serão fiéis à “força”?

É uma resposta que vem sendo dada desde 2015 com Star Wars: O Despertar da Força, até o presente momento. O que começou com uma certa prudência, quase uma repetição do enredo, porém com recursos melhores, descambou por caminhos desoladores.

Agora, a história se desenrola por muitos meios, inclusive séries em canais de streaming. Enquanto há aquelas de qualidade exemplar, como as primeiras temporadas do Mandalorian, há outras que têm feito os fãs arrancarem os cabelos, como a atual The Acolyte.

Estão lá as naves espaciais e os sabres de luz, que, inevitavelmente, criam lutas bonitas de ver. Fora isso, a impressão é de que quem criou esse novo mundo pouco conhece Star Wars e, pior, não gosta dele.

Enquanto isso, o debate segue em alta temperatura nas redes sociais. No fim, é possível que mais gente veja as resenhas e reações do que os próprios episódios, progressivamente decepcionantes. Hora de voltar à velha coleção de DVDs e ver do que se trata isso tudo. Reencontrar o herói relutante e improvável, mais adorável por isso mesmo. O mito segue firme, a força... nem tanto.

 Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

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