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Ainda... O tempo? O tempo...

A relatividade do tempo? Um segundo nem sempre leva um segundo

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 18/02/2016 às 07:55Atualizado em 16/12/2022 às 20:03
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 Ainda... O tempo? O tempo...

A relatividade do tempo? Um segundo nem sempre leva um segundo. Albert Einstein (1879 – 1955), com a Teoria da Relatividade, mostrou que o tempo, assim como o espaço, está condicionado à velocidade da luz. O tempo passa mais devagar. Einstein afirmou muitas vezes que o tempo é uma ilusão. Capturá-lo materialmente continua sendo um sonho. Quais seriam as reais separações entre o passado, o presente e o futuro? São temporalidades que se equivalem? Seriam simultaneidades absolutas? Há momentos em que a lucidez se coloca de tal forma que se torna impossível ignorá-la.

No Ocidente, os primeiros conceitos a respeito do tempo vieram de Homero, Hesíodo, Parmênides, Heráclito, Platão e Aristóteles. Eles pensaram o tempo em reflexões que envolviam temas como identidade e memória. Nesta teoria da reminiscência, o tempo é subordinado aos incríveis movimentos dos astros, a uma cadência cíclica, quase perfeita.

Esta é uma das maiores contribuições dos gregos antigos por meio de uma cosmologia marcadamente ocidental. A Idade Média conduziu a humanidade à concepção de eternidade e de atemporalidade. Santo Agostinho e outros pensadores medievais destacam, a respeito do tempo e da memória, entre outras coisas, o caráter fugaz de uma vida terrena. Santo Agostinho foi um dos principais filósofos da Idade Média. Segundo ele e outros pensadores do mesmo período, o tempo na vida terrena seria fugaz, mas a eternidade existiria para os homens de fé e submissos à Igreja.

Ainda na Idade Média, o filósofo Gilles Deleuze aponta que é o movimento que se subordina ao tempo. O tempo já não se reporta ao movimento que ele mede, mas ao movimento, ao tempo que o condiciona. Por isso, o movimento já não é uma determinação de objeto, mas a descrição de um espaço do qual se deve fazer abstração para descobrir o tempo como condição do ato.

No Ocidente, o tempo será um referencial que analisará as principais diferenças entre um tempo quantificado, linear e sucessivo em oposição a um tempo vivido de maneira pessoal, subjetiva. No Oriente, o Budismo, religião de grande influência, destaca a concentração da atenção no momento presente, sem remoer o passado ou se prender demais ao futuro. No Japão, a atitude é olhar para o futuro e centrar-se no presente. Na China, decompõe-se o tempo em eras, estações, períodos marcados por fatores de interesse coletivo. A qualidade do tempo? A qualidade do tempo estaria em seu caráter de profundidade, de instantes únicos vividos com singularidades.

Sandra de Sousa Batista Abud

Psicóloga Clínica

E-mail: sandrasba@uol.com.br

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