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“Ainda há esperança”

Monsenhor JUVENAL Arduini, no livro Destinação Antropológica, sentencia: “Ainda há esperança porque a história não terminou.”

Terezinha Hueb de Menezes
thuebmenezes@hotmail.com
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 15:02
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Monsenhor JUVENAL Arduini, no livro Destinação Antropológica, sentencia: “Ainda há esperança porque a história não terminou.”

Sabemos, de forma nebulosa, sobre o início da humanidade. Parcialmente, conhecemos sua evolução histórica: fatos que se sucedem, por vezes se interrompem, e voltam a surgir: empreendimentos positivos que promoveram o ser humano, mas, em contrapartida, outros que pareceram estagnar a marcha da história ou a fizeram regredir.

O ser humano possui, quando quer, a capacidade de vencer seus limites e recompor-se na caminhada. Por vezes, em face de tantos atropelos – violência, injustiça, falta de solidariedade, egoísmo, ganância – momentaneamente, sentimo-nos todos desamparados e sós, descrentes e desanimados. A impressão é a de que, como no poema de Drummond, “a luz apagou”, e não conseguimos vislumbrar nenhuma chama, por mais frágil, que nos mostre saída.

Porém é surpreendente, na humanidade, a capacidade de superaçã a esperança move o mundo; a esperança espanta o desânimo; a esperança acende valores adormecidos e os projeta para a transformação do homem.

É bela, no ser humano, essa capacidade de transformação. Por meio dela, a história de cada um pode sofrer alterações que mudem sua rota de vida. São interferências de toda ordem. Umas agradáveis, incentivadoras; outras conflitantes, doloridas. Mas todas eivadas de marcas da experiência que, doce ou amarga, pode render frutos vivificadores. Por isso também a história da coletividade precisa ser movida pela esperança. Esperança de que haja transformações benéficas, não a um indivíduo ou a uma oligarquia, mas à coletividade. Esperança de que o bem comum possa, um dia, abafar as vozes estridentes da individualidade egoísta.

Se a história ainda não terminou, é possível promover uma revisão de vida. Re-destinar a humanidade em seus anseios, apreensões, medos, expectativas. Esperar, na esperança, que a fome seja tragada pelo pão na mesa de cada um; que a doença seja debelada por atendimento adequado; que o analfabetismo seja driblado pela mágica dança das letras; enfim que as prioridades coletivas se coloquem à frente da ganância individual e das políticas desumanas.

Se ainda há esperança, é possível acariciar a certeza de que a vida não se acaba com a morte e de que, feita a passagem, haja reencontros: enlaçadas, mãos espirituais poderão empreender a continuidade de histórias que, momentaneamente, tiveram seus elos rompidos.

(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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