Há algumas décadas tivemos, em Uberaba, o Pró-Árvore, um programa de proteção à flora uberabense
Há algumas décadas tivemos, em Uberaba, o Pró-Árvore, um programa de proteção à flora uberabense. Um júri escolheu, dentre as frases participantes de um concurso aberto ao público, o lema do Pró-Árvore: “Uma árvore não cresce só”, de autoria de Vânia Santaiana.
Assim como Vânia sinalizou, o plantio de uma árvore demanda nossa ajuda, para que haja opções adequadas de espécies para lugares adequados, bem como manejo correto da planta – o que contribui para garantir o sucesso na formação e preservação de nossa flora.
Na festa de lançamento do Pró-Árvore, autoridades convidadas pela Prefeitura ajudaram a compor o paisagismo da Avenida da Saudade, plantando inúmeras árvores devidamente selecionadas. E durante a execução do projeto, a equipe do Pró-Árvore dava orientações aos interessados sobre cuidados com as árvores, como, por exemplo, escolha da espécie certa para o lugar certo, plantio da espécie, adubação e manejo do solo, controle de pragas e doenças, época e técnica de poda, enxerto, calendário de manutenção, legislação... Mas, por problema político, aquele programa teve seu final, o que foi muito ruim para a cidade. Uma historinha nos faz refletir sobre o problema:
Correu o mundo a fama de um lenhador brasileiro que garantiu conseguir cortar e desgalhar, com seu machado, qualquer árvore de grande porte em um minuto. Então, um jornalista do canal de notícias norte-americano CNN quis saber do lenhador: “É verdade que o senhor consegue realizar essa façanha?” O lenhador foi audacios “Às vezes, até em menos tempo”. Admirado, o entrevistador perguntou: “E onde foi que o senhor treinou para chegar a esse recorde de velocidade?” O lenhador respondeu: “No Saara.” O entrevistador se indignou: “Mas o Saara é um deserto!” E o lenhador completou: “...agora.”
A brincadeira é uma contundente crítica ao desmatamento. Máquinas poderosas conseguem abrir clareiras significativas em florestas em pouquíssimo tempo. A Polícia Florestal já encontrou, por exemplo, uma área devastada na Floresta Amazônica equivalente a oitocentos campos de futebol. E esse não é um fato isolado. Se nada for feito para frear o desmatamento, chegará o dia em que os jornais anunciarão que foi cortada a última árvore da Floresta Amazônica.
Talvez não cheguemos a tanto. Mas temos, bem perto de nós, uma tragédia já anunciada que poderá render em breve esta notícia: “Foi cortada a última árvore da agora extinta Mata Eva Reis”. Para evitar esse erro, os uberabenses esperam que o atual programa Cidade Verde, da Secretaria de Meio Ambiente, que zela pela preservação de áreas verdes urbanas, indique os profissionais capazes de tomar as devidas providências em tempo hábil.