A Campanha da Fraternidade 2012, empreendida pela CNBB
A Campanha da Fraternidade 2012, empreendida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), apresenta como lema: Que a saúde se difunda sobre a terra; e, como tema, Fraternidade e saúde pública.
Vejamos as três realidades: difusão da saúde, fraternidade e saúde pública.
Quando penso na situação da saúde em Uberaba e em todo o Brasil, assusta-me o descaso com que o sistema governamental lida com o assunto. As estatísticas são maravilhosas: papel aceita tudo. Porcentagens atestam que melhorou, e muito, o atendimento nas unidades públicas. Mas você, meu leitor, se quiser comprovar a real situação do atendimento público no setor da saúde, acompanhe um doente que, após triagem, necessite de um leito no CTI: aí, você verá a maratona, não apenas do paciente, mas também da família e dos próprios médicos. Coitados desses médicos, tantas vezes de mãos atadas, precisando definir quem escolher para ocupar um leito de hospital! Coitados desses médicos, prescrevendo exames médicos para seus pacientes, na certeza de que muitos poderiam morrer antes de tê-los realizado!
Lembro-me do Muril dizia sempre que, por mais que o povo tentasse resolver os problemas cruciais do Brasil, apenas os governantes, nas três esferas, federal, estadual e municipal, poderiam fazê-lo.
E por que não o fazem? Não há como negar a inversão de valores em relação aos interesses populares: o povo, pobre povo, é joguete em manobras políticas, eivadas de promessas que jamais se cumprirão.
E a saúde é de fazer chorar. Insisto em minha fala: um prato de comida é fácil conseguir e assim driblar a fome; um teto, que seja a marquise de uma loja, bem ou mal, serve de abrigo; vaga em escola, mesmo com imensa dificuldade ou em situação precária, consegue-se. Mas doença, exames e medicação não há como adiar. Isso é o mais estarrecedor. Ver tantos irmãos nossos morrendo sem receber um atendimento adequado.
Enquanto isso, milhões e milhões são gastos em despesas desnecessárias ou, pior ainda, em desvios astronômicos: todos temos acompanhado as situações vergonhosas na esfera pública, provocando demissões e mais demissões, o que não deixa de ser positivo.
O povo precisa ficar atento. A única arma de que dispomos é o voto. É preciso votar conscientemente. É preciso saber escolher nossos representantes. É preciso perder a ingenuidade que nos cerca, eleitores, na análise dos candidatos e no momento da votação.
Depende de nós.
Façamos valer nossos direitos, que deveres, estes temos de sobra.
NOTA: Pedi ao Dr. João Gilberto, amigo/irmão de longa data do Dr. Adib Jatene, que esclareça os leitores, em sua crônica semanal, possivelmente a do dia 21/03, sobre a CPMF, tão empenhada pelo ex-ministro da Saúde, e depois derrubada, por interesses outros, não tão bem claros. Ficaremos todos muito agradecidos.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro thuebmenezes@hotmail.com