A adolescência, principalmente para as meninas, é uma fase complicada
A adolescência, principalmente para as meninas, é uma fase complicada. Representa o período entre a infância e a idade adulta: o corpo vai já assumindo outra conformação, e o comportamento, em parte pela alteração hormonal, apresenta-se quase sempre instável e, por vezes, antagônico.
É importante que os pais sejam presença constante, para ajudar o filho ou a filha na superação de fase tão difícil para eles.
Na escola, nem sempre é fácil lidar com os excessos comuns aos adolescentes (nem todos, é verdade), mas com a ajuda da família e o apoio dos professores, procura-se resolver a problemática, muitas vezes advinda também de conflitos externos.
Em trabalho de criação livre, em preparação para um livro dos alunos, deparei-me com o texto da aluna Isabela Martins de Oliveira, do oitavo ano, resultado de atividade aplicada pela professora Elizabete Prata Gonçalves, com o títul É verdade, admit “Eu xingo eu grito eu choro eu brinco / eu dou risada nos momentos errados / eu estudo um dia antes das provas, eu falo alto, / eu sou chata, eu sou irritante não faço o / tipo certinha e não sou perfeita! // Eu sofro mais que todo mundo e meu coração /é complicado minha mente confusa procuro / motivos para brigar onde não tem, sou cheia / de vontades e desejos, vivo amores complicados /de entender e sempre espero para chorar no chuveiro. // Não sou do tipo de pessoa que corre atrás de alguém, / mas pelo menos sou eu mesma.”
Pode-se observar, pelas colocações, que o interior da adolescente mostra-se tumultuado, em conflito, transitando de momentos inexplicáveis de alegria e euforia para outros de choro escondido, de raivas e sofrimentos imotivados, de complicações sentimentais, mas de consciência da própria maneira de agir: brigas sem motivo, “amores complicados”, confusão, modo de ser. E, mais importante, a certeza: “pelo menos sou eu mesma”, o que denota momento importante de autoafirmação em sua vida.
É uma pena que, nem sempre, pais e educadores estejamos atentos para a mudança de humor dos adolescentes, ou para seus rompantes: o que muitas vezes aparenta falta de educação ou grosseria ou ainda deboche, nada mais é do que sinais de uma crise presente na maioria dos jovens em tal fase.
O amor e o diálogo, com certeza, poderão constituir-se nos grandes aliados de todos aqueles que queiram ser arrimo para os adolescentes que, às vezes, não suportando os outros, em determinados momentos não suportam nem a si mesmos.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro