Os pensadores estóicos têm o universo como perfeito, harmonioso e as catástrofes como distorções temporárias, que logo retornam ao seu curso
Os pensadores estóicos têm o universo como perfeito, harmonioso e as catástrofes como distorções temporárias, que logo retornam ao seu curso natural e perfeito. Deus mora na natureza, por isso a sua beleza e perfeição.
Os ecólogos são estóicos, por terem como princípio a crença de que “os fins do homem moram na natureza”. Essa ideologia permeia os debates e, pouco a pouco, adentra a consciência humana, levando a mudanças em seu comportamento no que tange à preservação do meio ambiente e sua sustentabilidade. Caminhamos a passos miúdos de avanços sem recuos. A terra não tolera mais o consumo de seus recursos naturais, porque o planeta não consegue renová-los. As atividades humanas já chegam a absorver o dobro da capacidade produtiva do planeta. Os dados não são cópias do alarde da guerra fria, quando seus protagonistas afirmavam que a corrida armamentista tinha estoque para destruir a terra várias vezes. Sabemos que uma vez destruída é o bastante, são desnecessárias várias vezes.
Sem modismo, mas de forma proativa, há um esforço em prol de uma educação ambiental, que visa economizar água, energia e evitar um consumismo sem parâmetros ambientais. Os esforços visam às mudanças de paradigmas, que apregoavam como inesgotáveis os bens naturais. Sabemos que não é bem assim. A escassez de água e a redução do nível dos rios; a salinização dos estuários; os aterros sanitários e o desmatamento que contribuem para a elevação da temperatura na terra e para o surgimento de novas epidemias, isso só pra ficar nesses exemplos, são ameaças reais. A quebra do equilíbrio, através da degradação ambiental, põe em desarmonia aquilo que os estóicos chamam de perfeito e belo.
As práticas na pecuária estão sob fogo cerrado dos ecólogos, por comporem o quadro do desmatamento e a estrutura orgânica do rebanho contribuir para o aquecimento global. Na outra ponta esta o consumidor, que hoje caminha para um consumo de procedência dos produtos, evitando aqueles realizados em condições desfavoráveis à dignidade humana
Ao invés de ignorar os fatos, a ABCZ se propôs a enfrentar o quadro e apontar alternativas sustentáveis. Portanto, a ABCZ dá um passo importante ao agir favoravelmente aos mecanismos de sustentabilidade econômica e de práticas ambientalistas recomendáveis. Abriu o debate com os principais setores acadêmicos e lançou o desafio de transformar o seu parque num espaço ecológico, numa demonstração de modernidade. Convidou a UNIUBE, FAZU, IFET e FACTHUS a pensarem o que fazer para economizar água, monitorar os resíduos sólidos, uma destinação correta das fezes dos animais... Saem os artistas e entram os ecologistas a formularem propostas adequadas. O pensamento inovador e desafiador, quando presente numa instituição, a sua tendência é de se alastrar entre os seus associados, repercutindo nas suas atividades no meio. A festa de exposição do gado zebu deste ano abre um novo paradigma, que fará bem a todos nós.
Em Uberaba há vários pensadores práticos que aceitaram esse desafio, a exemplo do professor doutorando Schenkel, do IFET, incentivador da aplicação de novas ideias.
(*) professor