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A trapalhada do novo Enem - I

O ano de 2009 foi surpreendido com a notícia de mudanças no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Tal exame é aplicado, já há alguns anos, pelo MEC

Terezinha Hueb de Menezes
Publicado em 17/10/2009 às 20:20Atualizado em 20/12/2022 às 10:01
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O ano de 2009 foi surpreendido com a notícia de mudanças no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).

Tal exame é aplicado, já há alguns anos, pelo MEC, a alunos de 3ª série do Ensino Médio e a outros pré-vestibulandos. Finalidade: analisar o nível educacional dos alunos e consequente desempenho das escolas, dentro de uma proposta que privilegie a imbricação de conteúdos e a capacidade de compreensão e depreensão dos alunos, além da capacidade de expressão escrita. Muitas instituições de Ensino Superior passaram, então, a adotar o ENEM, de forma parcial, em seus vestibulares.

O Novo ENEM viria com uma proposta mais abrangente de aproveitamento pelas escolas públicas de Ensino Superior, em seus vestibulares, estendendo-se também para instituições particulares. Apresentava, como objetivos principais: “democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de Ensino Superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir à reestruturação dos currículos do Ensino Médio”, podendo ser utilizado de forma total, substituindo o vestibular, ou de forma parcial. O processo, logicamente, iria fortalecer o ProUni (Programa Universidade para Todos), cuja finalidade é a concessão de bolsas integrais em instituições particulares de Ensino Superior para alunos egressos de escola pública.

Houve, então, uma adesão em larga escala. Muitas instituições, no entanto, se posicionaram contrárias a esse atropelo, sugerindo que a iniciativa só começasse em 2010, o que não foi aceito pelo MEC.

Aí surgiu o grande impasse nas escolas de Ensino Médio e de cursos pré-vestibulares: como agir com os alunos, diante de uma proposta teórica de mudança, sem orientações concretas a respeito das questões e da suposta modificação?

Criou-se, a partir daí, uma neurose nacional: escolas, com seus professores e alunos, iniciaram verdadeira maratona, em busca de questões que pudessem aproximar-se da nova proposta. Instituições como o Anglo e outras prepararam, às carreiras, material com questões supostamente pertinentes, além de vários simulados. Mas tudo, como costumamos dizer, “no escuro”. No meio dos alunos, houve a sensação de insegurança diante do desconhecid qual seria mesmo o teor da mudança? O que estava sendo passado pelas escolas supriria, realmente, o que viria nas provas? (continua)

(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro;

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