O período que antecedeu a realização do novo Enem foi de insegurança e receio por parte tanto do corpo docente e, mais ainda, por parte dos alunos
O período que antecedeu a realização do novo Enem foi de insegurança e receio por parte tanto do corpo docente e, mais ainda, por parte dos alunos.
A mudança que se avizinhava tomou alunos e professores de assalto. Mesmo assim, já que outro meio não havia, era preciso seguir adiante, a despeito da insegurança e do desconhecimento do novo sistema.
E vêm as inscrições, e marcam-se as provas, e aumenta a expectativa. Os alunos, coitados, participando de provas e simulados que os treinassem para o novo estilo das possíveis questões e de seus novos contornos.
De repente, às vésperas do exame, a notícia bombástica: o vazamento de provas forçava o cancelamento do evento.
Vejam, pois, caros leitores, o tamanho do problema: as datas dos vestibulares já estavam marcadas; as instituições de Ensino Superior, que aproveitariam as notas do Novo Enem, delas dependeriam para fechar seus resultados; a realização do Novo ENEM, nas novas datas, 5 e 6 de dezembro, não permitiria, às universidades com vestibulares em novembro, utilizar as notas do novo exame. E por aí vai: instalou-se o caos.
O pior, como disseram muitos: a confiança, antes depositada na seriedade da nova proposta, transformou-se em quebra de credibilidade. Tanto que universidades como a USP e a UNICAMP já desistiram de aproveitar as notas do Novo Enem, pelo menos para 2009.
E para piorar: nem sabemos ao certo quantos foram os envolvidos na fraude; muito menos quem são. O que sabemos é que as provas saíram escondidas na cueca de alguém: como o exemplo vem do alto, logicamente esse alguém imitou o caso do assessor de político, que foi surpreendido com dólares na cueca, em um de nossos aeroportos.
Pensemos, agora, no prejuízo, com milhões de provas perdidas e, ainda, a premência de novos gastos.
Pensemos na decepção de tantos estudantes de nosso país.
Pensemos no estrago para o planejamento de tantas universidades: algumas houve que iriam aproveitar o Novo ENEM como única forma de avaliação em seus vestibulares.
Mas houve um prêmio de consolaçã o órgão oficial, para consolar os estudantes, colocou na Internet todas as questões que comporiam as provas anuladas. Justificativa? Seria um simulado para os alunos (quanta magnitude!)... Só que chegou tarde...
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro