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A palmada em foco

Não tenho diploma de psicólogo. Nem sequer trabalhei na área. Mas tenho um meio-quilo de bom senso para discernir

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 07/08/2010 às 20:43Atualizado em 20/12/2022 às 04:59
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Não tenho diploma de psicólogo. Nem sequer trabalhei na área. Mas tenho um meio-quilo de bom senso para discernir o que não está certo ou o que é duvidoso. Parece-me que foi assinada mais uma lei de proteção à criança: “De hoje em diante fica estabelecido que a palmada está proibida”. O que entendo por palmada é aquele tapinha que a mãe dá no “local educativo” da criança. Não é invenção moderna. Todos nós, em nossos tempos de criança, levamos uns tapas de nossas mães. Por sinal, merecidos. Se a criança de dois anos dava birra, uns dois tapas resolviam o problema. Adiantaria falar para o birrento que a birra era coisa feia, que criança bonitinha não dá birra, que o Papai do Céu não gosta daquilo? Será que estou ficando velho e não entendo os avanços da Psicologia, dos direitos das crianças, que não posso criar situações traumáticas na formação da criança e coisas assim? Palmada não é surra, palmada não é agressão alimentada pela raiva ou pela revolta. É simplesmente um modo de fazer a criança entender que está fazendo coisa errada. Adianta raciocinar com criança de dois anos? Seriedade é uma coisa, violência é outra. Nem venham me dizer que a criança perde o amor pela mãe que lhe dá umas palmadas, que a criança passa a ver na mãe ou no pai um agressor.

Como fui criado naquele sistema que hoje, desdenhosamente, chamam de antiquado, fico sem saber o que se pretende com essa nova lei assinada pelo Lula que deve ter apanhado muito para deixar de ser mentiroso. Pensando nessa lei, fico sem saber ou não discutir sua eficácia. Quando criança, não fui nenhum anjinho. Fazia arte a valer. Minha mãe nunca recorreu a processos psicológicos. O que valia era o chinelo. Apanhei muito. Nem por isso deixei de amar minha mãe. Tinha respeito por ela. Mãe é mãe. Pelo menos a minha era. Amava-me, por isso queria que eu fosse gente. Educou oito filhos e todos viraram gente. Sou mesmo antiquado. Chamava minha mãe de “senhora”, meu pai de “senhor”, tomava a bênção deles. Eu era tão antiquado que respeitava os mais velhos, tomava a bênção dos meus tios, de meus padrinhos. Os pais tinham autoridade. Eram respeitados. Tínhamos admiração por eles. Sou mesmo muito antiquado. Pai era pai. Mãe era mãe. Moderno, hoje, é ter ao mesmo tempo dois “pais” ou duas “mães”.

Antes que meu espaço termine, gostaria de saber por que nosso Internacional Presidente não assina uma lei regulando essas novelas que exibem sexo explícito (ou quase...) no horário das 19h?

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