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A odisseia dos aposentados

Previamente aprovado pelo presidente Lula, um acordo entre políticos, sindicalistas e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 13/04/2010 às 21:18Atualizado em 20/12/2022 às 07:07
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Previamente aprovado pelo presidente Lula, um acordo entre políticos, sindicalistas e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) possibilitaria reajuste de 7% nas aposentadorias acima de um salário mínimo. Com isso, a Previdência Social teria um gasto extra de R$ 1,1 bilhão ao ano.

Quando a proposta chegou aos senadores, eles decidiram conceder aumento nominal de 7,71% para a categoria, o que equivale a repassar a inflação de 2009, mais 80% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse caso, o impacto nas contas da Previdência será de R$ 1,8 bilhão ao ano.

Os líderes do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza, e no Senado, Romero Jucá, são contra o novo índice e não o endossarão, preferindo que os aposentados fiquem mesmo com os atuais 6,14%. Jucá irá submeter o novo índice à apreciação da equipe econômica. E o presidente da Cobap, Warley Martins Gonçalles, considera justo o percentual de 7,71% e representa uma grande vitória dos aposentados.

Em ano de eleição acontecem milagres e a sanção presidencial aprovando tal reajuste pode ser um deles. Mas a situação não está muito favorável aos aposentados. O líder do PT (que deveria ser o partido dos trabalhadores, inclusive daqueles que já se aposentaram) declarou que: “Se não forem os 7% (que já haviam sido acertados), vai ser o veto do presidente Lula e eles, os aposentados, vão ficar sem nada.”

Além dessa dificuldade, os aposentados enfrentam outro problema sério. Há o alerta para um tipo de golpe que vem se intensificando nos últimos dias. Estelionatários de vários Estados telefonam para aposentados com a promessa, por exemplo, de pagamento de benefícios acumulados. A Ouvidoria Geral da Previdência registrou dez ligações denunciando tentativas de extorsão, recentemente.

Os estelionatários ligam de Brasília, identificando-se como funcionários do Conselho Nacional de Previdência Social, e afirmam que o aposentado tem uma quantia a receber do INSS, referente a valores atrasados. Geralmente uma quantia alta. Os fraudadores informam que, para o dinheiro ser liberado, o aposentado deve fazer um depósito em determinada conta.

Os aposentados não devem fornecer dados referentes à sua aposentadoria; muito menos fazer qualquer depósito em qualquer conta. Aliás, também não devem votar em quem não respeita seus direitos. Afinal, a odisseia de constantes filas para aposentados já é grande o suficiente sem os problemas criados por aqueles que deveriam proteger o interesse dessa categoria.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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