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A Número Um

O inimigo público número um dos Estados Unidos é o abuso de drogas. Para lutar e derrotar...

Gustavo Hoffay
Publicado em 15/01/2017 às 12:32Atualizado em 16/12/2022 às 15:43
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“O inimigo público número um dos Estados Unidos é o abuso de drogas. Para lutar e derrotar esse inimigo, é necessário travar uma total ofensiva”, frase dita pelo então presidente norte-americano, Richard Nisson, que naquela década de 70, assistia a uma grande parte da juventude do seu país perdendo a vida em função do uso que fazia de drogas diversas. E hoje não seria nenhum exagero o leitor ou eu dizermos que a mesma realidade se aplica em nosso país. 

Entre os anos de 2011 e 2014, o Brasil investiu nada menos que 3,6 bilhões de reais em diversas ações do Programa de Políticas Públicas sobre Drogas. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), todo aquele dinheiro foi usado em medidas de prevenção, atendimento a usuários e combate às drogas em todo o país. Além do que, pouco mais de 42 milhões de reais foram aplicados no desenvolvimento de pesquisas para a descoberta de novas alternativas para lidar com usuários e obter a diminuição das consequências negativas do uso daquelas substâncias químicas.

Em Uberaba, baseando-se em estatísticas da Organização Mundial da Saúde, existiriam atualmente vinte mil dependentes químicos e aproximadamente sessenta mil codependentes (familiares e amigos próximos de dependentes). Do total de dependentes, estima-se que apenas oito mil deles recebem atendimento, tratamento e/ou orientações para a sua dependência.

Já não seria o momento de o Brasil declarar que as drogas, aqui, também, são o nosso inimigo público número um? A própria Secretaria Nacional Antidrogas, já esclareceu que o seu orçamento teve um incremento recorde nos últimos anos. De 1998 até 2010, foram investidos em média nove milhões de reais por ano!  Em 2014, o valor total foi da ordem de cento e noventa e dois milhões e, em 2015, a extraordinária quantia de trezentos e trinta milhões de reais (dados obtidos por meio de site disponibilizado pela Senad). Imaginem os leitores se as drogas fossem liberadas em nosso país, como desejam algumas autoridades e entre elas o ex-presidente da República, sr. Fernando Henrique Cardoso?! Ora, se proibidas já causam tanto prejuízo e desespero a milhares de famílias por todo o Brasil, liberadas teria que haver investimento maciço em uma saúde pública já reconhecidamente deficitária, absolutamente debilitada...! O que assistimos hoje são parlamentares querendo aparecer sobre um assunto tão sério, porém absolutamente incapazes de, em futuro próximo, combaterem um mal que vem sendo usado como instrumento político para benefício único deles mesmos. O dia em que um assunto tão sério como este deixar de ser vitrine ou palanque político e tornar-se em ações que visem objetivamente o bem público, haveremos de ter alcançado um patamar ao menos satisfatório na prevenção e no combate às drogas em nosso país.

(*) Agente Social

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