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A melhor eleição

Votei nas últimas eleições. Sou parte de uma minoria afortunada

Mário Salvador
Publicado em 02/11/2010 às 20:18Atualizado em 20/12/2022 às 03:27
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Votei nas últimas eleições. Sou parte de uma minoria afortunada a quem a legislação permite optar por não ir às urnas. Em outras palavras, posso deixar de votar se não me sentir satisfeito com as propostas dos candidatos.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, e os candidatos, além de apresentarem sua plataforma de ação, têm obrigação de pedir ao eleitor que vá votar. O resultado são campanhas que captam o interesse não só dos americanos, mas do mundo todo.

Isso não se deve apenas à hegemonia econômica daquele país. Afinal, se fosse assim, estudaríamos apenas as propostas dos candidatos. E o que vimos, na verdade, foi uma assimilação geral do pensamento obamista: “Yes, we can”.

Por outro lado, os candidatos das atuais eleições ao legislativo dos EUA não tiveram a mesma habilidade para conquistar o coração dos eleitores. A mídia mostra que os jovens, principais multiplicadores da campanha obamista, não estão mostrando o mesmo interesse em votar. E esse sinal vermelho faz com que os candidatos repensem seu posicionamento.

É uma situação diametralmente oposta à que enfrentamos neste fim de semana no Brasil. Mais uma vez, a maior parte da população se viu obrigada a ir depositar o seu voto nas urnas. Não deixa de ser antidemocrático.

         Afinal, com o voto não obrigatório, os candidatos iriam se esmerar em suas campanhas e mostrariam que podem, realmente, se eleitos, fazer algo bom para a comunidade. Se os candidatos apresentassem propostas vazias e não empolgassem o eleitorado, não receberiam voto algum, pois o eleitor preferiria ficar em casa.

         Hoje, o que vemos, entretanto, é que muitos políticos têm uma conduta nada edificante no exercício de seus mandatos. Chegam a desiludir os eleitores, que a eles confiaram o voto.

Votar é exercer a cidadania; é eleger alguém que terá a responsabilidade de honrar o cargo que pleiteou. Como o Brasil já imitou os Estados Unidos em muitas ideias democráticas não seria muito imitá-los uma vez mais, adotando o voto livre. O eleitor ficaria agradecido.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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