A soja é um alimento rico em nutrientes e muito indicada em vários tipos de dietas. Suas propriedades benéficas à saúde são inúmeras, incluindo o potencial de redução do colesterol, de prevenção de várias doenças crônicas e como auxiliar na menopausa. Sua composição contempla, aproximadamente, 36% de proteínas, 15% de fibras, 15% de mono ou oligossacarídeos e o restante de outros nutrientes. Por isso, o vegetal tem a característica peculiar de ser um excelente substituto de proteínas de origem animal, como carnes e ovos. Entretanto, apesar de todas essas qualidades, existe um caso específico em que a soja não é recomendada. Pesquisas têm revelado que a leguminosa pode ser prejudicial à fertilidade masculina e alguns especialistas recomendam aos homens que estão tentando ter filhos que, por via das dúvidas, não consumam a soja.
Ainda não foram realizados testes específicos em humanos, mas experiências com ratos apontam que a isoflavona, um fitoestrógeno presente na soja, tem ação semelhante à do estrogênio, o hormônio feminino, e por isso pode exercer funções adversas na fertilidade masculina. A nutricionista Rosa Silvestrim, do Centro de Reprodução Humana Nilo Franz, defende a não utilização da soja por homens que estão buscando a paternidade, pois há indícios científicos de que a isoflavona, sozinha ou em combinação com outras substâncias químicas, pode alterar o comportamento dos hormônios.
Uma pesquisa realizada em 1999 pelo Centro de Estudo de Conservação do Espermatozoide Humano, de Paris, apontou, através de experimentos com ratos, que o consumo de genisteína, uma das maiores isoflavonas da soja, pode causar a redução da produção e a mortalidade dos espermatozoides. Outro estudo realizado no ano anterior com 99 homens e publicado na Human Reproducion, constatou que a ingestão de alimentos com soja e isoflavonas reduz a concentração
de espermatozoides.
E os efeitos da soja na fertilidade humana não param por aí, segundo apontam outras pesquisas.
A isoflavona pode também afetar as crianças do sexo masculino. Cientistas fizeram o teste em roedores em sua fase de gestação e lactação, alimentando-os com uma dieta rica em soja. O resultado foi a diminuição da distância anogenital, do tamanho do pênis e dos níveis séricos de testosterona (hormônio masculino).
É claro que precisamos ter cautela quanto a essas descobertas, pois os testes ainda se limitam aos animais. Porém, é válido informar sobre as pesquisas que vêm sendo realizadas e os caminhos que têm seguido, pois em muitas vezes vale a recomendação de se prevenir, ainda que não se tenha um dado concreto e comprovado. A medicina tem avançado a passos largos e, em breve, estarão sendo realizados novos exames em humanos que nos darão o nível correto de influência da soja sobre a fertilidade masculina. Mesmo assim, fica a dica aos homens que desejam ter filhos para que evitem o consumo da soja, ainda que seja no período em que planejam a reprodução.
