O homem, de vez em quando, consegue fazer alguma jogada de mestre. Certa vez, conseguiu convencer a mulher de que ela era a Rainha do Lar
O homem, de vez em quando, consegue fazer alguma jogada de mestre. Certa vez, conseguiu convencer a mulher de que ela era a Rainha do Lar. Com isso, ele conseguiu trancafiá-la dentro de casa. Assim, pelo menos por um tempo, um longo tempo, aliás, a Rainha reinou soberana dentro de seu lar. Mandava e desmandava, mas não punha o nariz para fora do seu palácio.
Para não ficar ociosa no reino, ela lavava, passava, cozinhava, costurava, arrumava, cuidava do marido e da prole com zelo e dedicação incomuns. A tarefa de procriar era levada muito a sério. As famílias eram, então, numerosas. Era comum terem mais de dez filhos.
Mas o homem, embora sabido, esqueceu-se de cuidar com carinho da sua Rainha e ela foi acordando para a realidade, evoluindo e, com isso, superando o patamar que a sociedade, até então, lhe permitia atingir. Faz tempo que a mulher deixou de aceitar “do lar” como sendo a sua profissão.
A mulher foi à luta, libertou-se de amarras, igualou-se ao homem na busca de recursos para manter a família e passou a se sentir a Rainha que de fato e de direito se tornou.
Há uma queixa no ar: com a libertação da mulher das peias do trono, os laços familiares se enfraqueceram. E por qual razão o homem ainda não assumiu seu papel de Rei, na família? Tudo tem que cair exclusivamente nos ombros da Rainha?
O sacrifício de algumas trabalhadoras, mortas por protestarem contra as condições desumanas nas indústrias, no início do século XIX, foi um alerta ao mundo sobre as péssimas condições impostas ao então sexo frágil (que é muitas vezes mais forte que o chamado sexo viril) e a situação começou a se modificar no tratamento da mulher em todas as situações.
Ainda se discrimina a mulher. Um exemplo disso é que, muitas vezes, nas mesmas condições de trabalho que o homem, recebe salário inferior. Mas ela vai se impondo em todos os setores da atividade humana e, sempre, mostrando-se superior ao homem, pois tem a seu favor o fato concreto de, agora, se ter tornado uma verdadeira Rainha, com decisões e vontade próprias e com o poder de fazer valer sua vontade.
É importante que exista um Dia Internacional da Mulher para que a humanidade se lembre do acontecido com as operárias sacrificadas pela brutalidade do homem. Mais importante, porém, é aplaudir a mulher todos os dias e respeitá-la como a mais sublime obra do Criador. A mulher, com garra, conquistou a sua independência num mundo machista.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro