ARTICULISTAS

A Academia de Letras e a presidente Terezinha Hueb

A professora é a nova presidente da Academia de Letras de Uberaba e, devido ao carinho que nutro por ela, quero ir à sua posse.

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:56
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A professora é a nova presidente da Academia de Letras de Uberaba e, devido ao carinho que nutro por ela, quero ir à sua posse. Os títulos não enobrecem um espírito nobre como o dela, mas seria uma forma de eu externar o meu afeto à sua produção literária, cravada nas almas e nas mentes de milhares de alunos e professores que passaram pela sua convivência na Escola Nossa Senhora das Graças. Ou que leram os seus artigos publicados no JM, fora outros livros, porém, a sua primordial literatura é a ode ao amor e à solidariedade, pregados cotidianamente, por isso quero ir à sua posse.   Dona Terezinha é aquela espécie humana que nos faz ter esperança no outro, na convivência familiar, aliada a uma vida social solidária. Os imortais acertaram ao escolhê-la como presidente, não obstante sermos mortais em nossas fragilidades orgânicas, que, aliás, preferíveis às morais.   No quesito moral, é só olhá-la, e quem teve o prazer da convivência, como eu tive, não a esquece. Lembro-me dos meus dias iniciais de professor de história no colégio, que, pelas manhãs de aula, era recebido pelo professor Murilo, com sorriso e diálogo que se complementavam com a sua chegada.   Não me esqueço do relato do professor Murilo sobre a Guerra de Canudos e do revolucionário Antonio Conselheiro e agreguei às minhas aulas de história os detalhes, que, à época, estavam além dos livros didáticos. Somente uma pessoa, com a sua experiência de vida e vivência, poderia discorrer sobre este momento histórico da nação, mas, ele era, acima de tudo, um nordestino de raiz a espraiar frutos com novas raízes.   Terezinha Hueb sempre alou os ombros do professor Murilo, seja no colégio, junto aos professores, seja no começar de mais um dia de trabalho familiar ou social. Ambos se completavam sem se anular, compartilhando a tarefa do fazer, e quando ele bebia a sua cervejinha aos fins de semana, lá estava ela a servir os amigos que compareciam. São inseparáveis em ternura e amor umbilical, porém, ao fazer o meu reconhecimento, o reconheço em espírito, que nos observa e ri.   A Academia de Letras de Uberaba, ao escolher essa mulher, homenageia aquelas que sabem da importância do compartilhar, do ouvir, do ensinar, e que acolhe quando se é procurada. Tenho certeza que a sua presidência representará oportunidade a quem escreve e aos que não escrevem, mas pensam com o coração, compartilhados no fazer. Abrirá as portas da academia, incentivando a juventude a se debruçar sobre o papel ou digitar as teclas do computador, a dizer de seu eu sobre o mundo e de sua relação com o outro pertencente ao mundo.   Ir à posse de Terezinha Hueb de Menezes é ratificar a crença de que nascemos bons e às vezes o sistema desvirtua essa caminhada. É preciso erradicar as distorções institucionais para que elas acolham aqueles que foram apontados pelo dom do escrever.   Uberaba se alegra em seus dias de princesa do sertão, por não mais ser terra madrasta dos talentos.   (*) professor gilcaixeta@terra.com.br Gilberto Caixeta escreve às terças-feiras neste espaço

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