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Você sabe dizer não?

De forma geral, no seu dia a dia, você consegue dizer não e ficar bem?

Fátima Alves
Publicado em 01/08/2012 às 21:49Atualizado em 19/12/2022 às 18:12
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De forma geral, no seu dia a dia, você consegue dizer não e ficar bem? Se você é do tipo que quando diz um "não" fica cheio de culpa e remorso, saiba que está entre a maioria. É muito raro encontrar pessoas que conseguem expressar para o outro essa palavrinha de três letras e ficar numa boa. Isso porque para dizer um "não" é preciso ter autoconfiança e estar bem resolvido consigo. Não estamos nos referindo a um não autoritário, conveniente ou vingativo. Esses todos nós costumamos falar instintivamente, em razão de nossos processos emocionais. O que está em pauta aqui é o "não" assertivo. Aquele que você diz sem carga emocional; aquele "não" que é simplesmente uma negativa. Exemplo de um "não" assertiv um amigo lhe pede o carro emprestado, mas você não gosta de emprestar seu carro, então, você diz a ele: “Sinto muito amigo, mas eu não gosto de emprestar o meu carro”. Esse é o "não" assertivo, sem rodeios, sem carga, refletindo apenas o seu sentimento. Mas você deve estar se perguntando agora: e se a pessoa ficar chateada comigo? Esse é o problema. É exatamente por esse motivo que não conseguimos dizer não. Porque queremos sempre agradar ao outro, em detrimento de nossos reais sentimentos e vontades. E fazemos isso em razão de nossas carências, para ser bonzinho, boazinha. Temos medo de não sermos amados se magoarmos os outros. Essa forma de pensar e agir é equivocada.

Só conquistamos o respeito das pessoas quando expressamos nosso sentimento com sinceridade, e, nesse caso, se a pessoa ficar chateada, é um problema que ela terá que resolver. Mas, antes de dizer um não é importante refletir sobre a situação em questão, para evitar o erro de expressar um "não" cheio de carga, de mágoas, de agressividade. É fundamental ter a certeza de estar dizendo o "não" para uma situação específica e não para punir ou agredir alguém. Por isso a importância da autoconfiança. Ao dizer um "não" para uma criança, por exemplo, deve-se ter em mente a razão desse não; e ao dizê-lo, deve ser mantido, sem voltar atrás. Se o motivo do "não" estiver bem claro, não vai gerar culpa. Exercitar um "não" assertivo não é tão simples. Demanda algumas mudanças de comportamento e de revisão interna. Exige que tenhamos total contato com a realidade e com o aqui e agora. E exige também que busquemos o autoaperfeiçoamento para elevar nossa autoestima e autoconfiança. Esse aperfeiçoamento vai nos tornar pessoas melhores, mais bem resolvidas; e, ao alcançar esse nível, estaremos aptos a expressar nosso real sentimento, sem medos, dizendo simplesmente para o outr sim ou não.

(*) Jornalista, psicanalista e palestrante na área do Desenvolvimento Humano

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