ARTICULISTAS

Violência

Não houve nesta cidade uma única pessoa que se não tenha assustado e sentido atingida, ao saber da morte crudelíssima da jovem universitária, quase médica, Virlanea Augusta.

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:26
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Cabe à Polícia descobrir e prender o desalmado assassino, que não só tirou a vida da jovem, mas carregou-a de peso para que seu corpo não viesse boiar na superfície do Rio Grande.

Maldade? Ciúmes? Vingança? Nesta hora todos felizmente começam a compreender o valor de uma vida humana, seja desenvolvida e sadia, como no caso da jovem universitária, seja de um novo ser que ainda não veio à luz, aguardando o momento de nascer.

Mais distante de nós, todos acompanhamos pelo noticiário o trágico sequestro de uma jovem de quinze anos por um tresloucado ex-namorado que queria vingar-se da separação amorosa. Para os que somos ultramaduros e nos julgamos experientes, assusta-nos que a jovenzinha já tivesse começado a namorar com doze anos! Quase teríamos a coragem de dizer que, ao invés de um namorado aos doze anos, deveria brincar ainda de boneca. Mas isto pensamos nós, ultrapassados, fora de moda. Hoje tudo é visto como "normal"...

Há, na vida hodierna, uma onda inaceitável de violência, com que se quer resolver pendências de amor ou pretender "brincar" de tirar a vida, como aqueles jovens riquinhos e levianos que, algum tempo atrás, puseram fogo no índio, que dormia à noite no banco do jardim. Lembram-se?

É inaceitável num mundo, que se presume civilizado, apelar para a violência para resolver pendências políticas, amorosas, econômicas ou outras. Não é com revólver e marretadas que se resolvem as dificuldades políticas, amorosas ou quaisquer outras.

Na minha convivência com os universitários em São Paulo e, mais tarde, aqui com os seminaristas, saíamos à noite, algumas vezes, para levar um pequeno lanche e café aos que dormiam nas calçadas ou sob os abrigos de prédios. Era para lhes inculcar na alma – dos universitários e futuros padres – que o amor real é que constrói, não o revolver e a violência.

A violência crua e nua só pode trazer dor e sofrimento. Não é com revólver e cacetadas que se constrói a vida social e se resolvem as pendências, mas com o que o Evangelho nos ensina. Até quando teremos de chorar as mortes e os crimes na nossa cidade nestes tempos? Fomos criados para o amor, não para a violência. É só lembrar que a Escritura define Deus como sendo, simplesmente, Amor (1ª Jo 4,8).

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