Continuando no clima da Páscoa, indo na direção da Festa de Pentecostes, as pessoas...
Continuando no clima da Páscoa, indo na direção da Festa de Pentecostes, as pessoas se preparam para reviver o momento em que a Comunidade Primitiva recebeu o sopro do Espírito Santo, sopro da Sabedoria divina. Conforme a Palavra bíblica, voltando à casa do Pai, Jesus realiza o que havia prometido, pois Ele envia “o Defensor, o Espírito Santo” (Jo 14,26) sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo.
Esse “sopro” do Espírito fez com que a Igreja se expandisse pelas regiões da Palestina, chegando até nossos tempos e por todas as regiões do mundo. É o Espírito da unidade, mesmo sabendo que a sociedade é constituída pela rica diversidade de muitos dons, de carismas, ministérios e serviços. Viver a dimensão do Espírito Santo é ter abertura para construir comunidades fraternas e solidárias.
A Sabedoria, como Sopro do Espírito, é rica de diversidade, mas construtora de unidade, de objetivos comuns e de realização do bem. Podemos dizer de diversidade na construção do mal, que não é obra do Espírito da Sabedoria divina. O espírito do mal pode também reinar no coração das pessoas e causar muitos desastres na vida comunitária, tirando a felicidade e a vida das pessoas.
Há um ditado que diz que “é melhor morrer fazendo o bem do que fazendo o mal”. Esse bem é a Sabedoria divina, que não tem sido levada em conta nos últimos tempos. Temos o domínio de uma cultura perversa, sem critérios éticos, e provocando o sofrimento para muita gente. Não é esse o querer do Espírito Santo, que veio como construtor da vida digna como condição para o Reino de Deus.
Quem comete erros deve ser indiciado na justiça. Isto aconteceu com Jesus e seus discípulos, porque foram levados diante do tribunal, como ato de perseguição por causa do anúncio que praticavam. Eles eram considerados traidores da pátria, introduzindo no Império de então a doutrina cristã, mas foram logo defendidos pelo advogado do Pai, o Espírito Santo, o sopro da Sabedoria.
Temos muitos traidores da pátria. A sociedade moderna vive manchada e perplexa diante de agentes públicos e privados, que fecham os olhos para a ética e abrem mão dos princípios morais. Para uma nação ser justa e fraterna, ela não pode conviver com ações promíscuas, porque isso é base para os escândalos e a corrupção. Que o Espírito de Sabedoria seja o defensor de um Brasil melhor.
(*) Arcebispo de Uberaba