Novas terapias aumentam sobrevida de pacientes com leucemia

Uma das cores do mês de fevereiro é o laranja, que busca a conscientização para a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. À Rádio JM, a hematologista Raquel Martins apontou o surgimento de novas terapias e linhas de tratamento, que aumentam a chance de cura e o controle da doença.

“Antes, a gente tinha uma porcentagem de sucesso de 20%, 30%. Hoje, a gente tem algumas leucemias (com chance de cura) que chega a 80%. Então, melhorou muito ao longo dos anos”, destaca.

Com o avanço da Medicina, o tratamento contra a leucemia hoje consegue ser mais leve e efetivo do que as intervenções quimioterápicas feitas outrora. A médica explica que a quimioterapia não deixou de ser utilizada totalmente, podendo até ser utilizada de forma complementar, agindo de maneira mais certeira e com menos efeitos colaterais contra a doença. “Antigamente, a gente fazia regimes de quimioterapia, que destruíam as células do câncer, mas destruíam o paciente também. Hoje, a gente aprendeu a tratar (de forma) mais leve aquela leucemia que é mais leve e a tratar mais intensamente aquela leucemia que é mais intensa”, frisa Raquel Martins.

Em alguns casos, há a indicação de transplante de medula óssea. Para isso, é necessário um doador compatível. Irmãos de mesmo pai e mesma mãe possuem chance maior de compatibilidade, mas pessoas com idade entre 18 e 35 anos, com boa saúde, podem se cadastrar como doadores. Para tal, é preciso comparecer ao Hemocentro, portando um documento de identificação com foto, preencher um formulário e coletar amostra de sangue. Em Uberaba, o Hemocentro está localizado na avenida Getúlio Guaritá, 250, bairro Nossa Senhora da Abadia, e o serviço de cadastro de doação de medula óssea funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h30 e das 13h30 às 17 horas.

O que é a leucemia

Raquel Martins explica que a leucemia é o câncer da medula óssea, a qual é responsável pela produção de células sanguíneas. Ela pode ser dividida em dois tipos: crônica e aguda. No primeiro caso, a evolução da doença é lenta, e em muitos casos não é feito nem o tratamento, somente o acompanhamento do paciente. Já na leucemia aguda, os sintomas aparecem de maneira vertiginosa, às vezes até de forma repentina, e o tratamento precisa ser iniciado rapidamente.

Como qualquer outa doença, o rápido diagnóstico faz toda a diferença na hora de enfrentar a leucemia. Raquel Martins diz que alguns sintomas merecem atenção e, assim que identificados, a pessoa deve procurar atendimento médico. São eles: cansaço sem motivo, sangramento nasal e na gengiva, febre prolongada de origem desconhecida. Em alguns casos, também podem ocorrer ínguas e aumento do fígado e baço.

Segundo a hematologista, manter hábitos de vida saudável, dieta adequada, sono reparador, atividade física e evitar contato com agrotóxicos e pesticidas são alguns dos cuidados que ajudam na prevenção.