Pré-campanha cria condições de candidatos se apresentarem

Nova legislação eleitoral traz mais flexibilidade para os candidatos atuarem durante o período de pré-campanha, ou seja, antes de 16 de agosto. A afirmação é secretário judiciário do TRE-MG, Diogo Cruvinel, que ministrou palestra ontem sobre o assunto durante o seminário promovido pela Amvale para orientar quanto às mudanças no processo eleitoral a partir deste ano.

Cruvinel explica que os postulantes à disputa já podem se declarar como pré-candidatos e expor os projetos e propostas aos eleitores, o que era barrado nos pleitos anteriores e inclusive alvo de penalidades. Segundo ele, os postulantes apenas não podem promover a captação de recursos ou realizar gastos na fase de pré-campanha. “A reforma eleitoral trouxe série de atos que o pré-candidato pode fazer sem sofrer qualquer tipo de condenação por propaganda extemporânea. Essas permissões consistem na permissão de se declarar pré-candidato, expor as suas plataformas e projetos no período da pré-campanha. O que ele não pode fazer é pedir votos de forma explícita”, ressalta.

Segundo o especialista da Justiça Eleitoral e cientista político, a internet poderá ser utilizada nesse processo e se trata de uma ferramenta importante para ampliar a interação entre o candidato e eleitor. Na palestra, Cruvinel ainda ressaltou que o corpo-a-corpo com o eleitorado deve ser feito não apenas nas ruas, mas também no ambiente virtual e com diálogos diretos dos postulantes a concorrer nas eleições municipais. “A gente até estimula que essa interação seja feita pela internet. Ela não é irregular, o que não pode é pagar para veicular propaganda na internet”, reforça.

Questionado, o especialista também analisou que o encurtamento do prazo de campanha de 90 para 45 dias não foram positivos para os candidatos novatos. “Para quem se lançar pela primeira vez, a dificuldade será muito maior. Com certeza, [o tempo menor] vai beneficiar quem já é mandatário ou conhecido dos eleitores. Os novos precisarão correr atrás em função de desigualdade”, conclui.