Prefeitura afirma que divergência em números apontada pela Justiça Federal se deve à inclusão de dados referentes a pacientes de outras cidades da região. Em nota divulgada ontem, a administração municipal posiciona que o boletim epidemiológico oficial inclui apenas casos de pessoas residentes em Uberaba.
Na semana passada, a Justiça Federal apontou que o número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) na cidade poderia ser bem maior do que os dados oficiais divulgados pela Prefeitura. Uma planilha apresentada pelo juiz federal indicava que Uberaba já teria ultrapassado o total de 300 casos positivos no fim de maio. Entretanto, o relatório do governo municipal informava que a cidade só atingiu esse patamar no dia 8 de junho, quando foi divulgado boletim com 338 pacientes com diagnóstico confirmado para Covid-19.
Segundo a nota da Prefeitura, os dados epidemiológicos devem ser tratados minuciosamente e por profissionais técnicos e qualificados da área de saúde. O texto informa que o boletim diário compila apenas os resultados de pessoas residentes em Uberaba porque "são os casos mais importantes e de interesse do município e ao monitoramento epidemiológico".
Ainda conforme a nota, os números apresentados pela Justiça Federal se referem aos dados de Uberaba e região, incluindo os resultados de exames de pacientes de outras cidades.
"Assim, obviamente, estará divergindo do Monitoramento Diário divulgado pela PMU, que se refere apenas aos casos de Uberaba", continua o texto. A nota também argumenta que outro fator para a divergência é a duplicidade na realização de exames, pois algumas pessoas têm feito exames em mais de um local. De acordo com a Prefeitura, essa informação foi repassada previamente à Justiça.
Além disso, a administração esclareceu que a Covid-19 é uma doença de notificação compulsória e a Secretaria Municipal de Saúde segue uma metodologia para o processamento correto dos dados epidemiológicos. "O Departamento de Vigilância Epidemiológica processa os dados e faz o lançamento dos resultados nas datas correspondentes aos dias das coletas (início da sintomatologia) e não no dia em que eles são divulgados nos boletins informativos. Há, portanto, um “delay” natural entre data de coleta, data do resultado e lançamentos retroativos dos casos. E é exatamente por isso a importância de se ter profissionais capacitados para análise das informações", acrescenta o comunicado.
Por fim, a nota oficial critica a Justiça Federal e afirma que a "Prefeitura repudia veementemente qualquer tipo de tentativa de disseminar desinformação à sociedade uberabense, ainda mais quando praticada por pessoas ou órgãos que deveriam primar pela divulgação de dados estritamente verídicos".