MEIO AMBIENTE

Bancada ruralista rechaça ideia de que setor degrada o ambiente

Gisele Barcelos
Publicado em 27/04/2024 às 18:47Atualizado em 27/04/2024 às 18:50
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Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion, afirma que um trabalho constante tem sido feito contra as narrativas de concorrentes (Foto/Reprodução/ABCZTV)

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion, afirma que um trabalho constante tem sido feito contra as narrativas de concorrentes (Foto/Reprodução/ABCZTV)

Presentes à abertura da ExpoZebu neste fim de semana, integrantes da bancada ruralista no Congresso Nacional rechaçaram acusações de que o setor rural seria responsável pela degradação do Meio Ambiente.

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP) afirmou que um trabalho constante tem sido feito para vencer as narrativas dos concorrentes internacionais, que acusam o agronegócio brasileiro de ser danoso ao Meio Ambiente.

Defendendo que o setor rural nacional é sustentável ambientalmente, o parlamentar ainda argumentou que os ataques vêm justamente de países com legislações ambientais muito menos rígidas que o Brasil. “O parlamento europeu queria que os produtores europeus respeitassem de 4% a 7% [de área preservada nas propriedades]. O nosso mínimo aqui é 20%. Enquanto eles nos apontam os dedos, respeitamos os 20% de Área de Preservação Ambiental em nossas propriedades no bioma Mata Atlântica. Se subirmos para o bioma amazônico, estamos falando em 80%”, declarou.

Já a senadora Tereza Cristina (PP) ponderou que a agricultura brasileira é a mais sustentável do mundo, mas vem sendo criminalizada injustamente e cobrou que o governo federal seja mais enfático na defesa do setor. “É inadmissível. Acho que a roupa suja, se é que nós temos mazelas, precisam ser resolvidas internamente. Não podemos ter pessoas do governo indo lá fora falar mal do nosso agronegócio e da sustentabilidade que o setor tem. Não podemos ter gente falando que aqui a gente desmata e aplica muito defensivo agrícola. O que o agro precisa é que, primeiro, não atrapalhe ele e também que tenha parceria do governo federal para melhorar a narrativa que os concorrentes criaram”, manifestou.

Em contrapartida, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), defendeu que é preciso penalização severa de quem ainda descumpre a legislação ambiental para evitar a difamação do setor rural brasileiro no exterior. “A melhor lei ambiental do mundo é a brasileira e impõe os maiores limites ao produtor rural. O Brasil é um país que tem 66% das nossas áreas preservadas. Agora, o país tem um problema crônico que precisa ser enfrentado e até o final dos meus nove meses à frente da Câmara, vamos trazer para discussão dois assuntos que Brasil faz questão de não enxergar: o desmatamento ilegal e exploração de terra e minério ilegal no país. Isso é o que denigre, porque sabemos que existe e fechamos olhos para não tratar na legislação. Quem paga a conta lá fora é o produtor rural indevidamente”, finalizou.

Ministro usa tom conciliador e propõe unidade no trabalho em favor do Agro

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, fez defesa do governo federal ao elencar ações já realizadas para dar apoio ao setor (Foto/Francis Prado)

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, fez defesa do governo federal ao elencar ações já realizadas para dar apoio ao setor (Foto/Francis Prado)

Apesar de críticas de ruralistas e parlamentares da oposição, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), manteve o tom conciliador e fez uma defesa do governo federal elencando ações já realizadas para dar apoio ao setor do agronegócio.

No pronunciamento, Fávaro ressaltou que o Brasil se tornou líder na exportação de carne bovina porque houve unidade no trabalho. Segundo ele, é preciso novamente unir forças, independentemente de viés partidário e ideológico. “Queria dizer da importância de estarmos olhando para a frente e estarmos caminhando juntos para fazer da agropecuária a força da economia brasileira. Tudo isso não é força de uma pessoa só, uma entidade só e de um governo só”, acrescentou.

Em relação às críticas ao agronegócio brasileiro feitas por países europeus, o ministro declarou que a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é buscar a melhor relação com a União Europeia, mas não é um parceiro imprescindível e outras oportunidades devem ser trabalhadas em outras regiões do mundo. “É muito grande a oportunidade para que nós possamos olhar cada vez mais para o Sul global, fortalecimento do BRICS e das nossas relações comerciais com toda a Ásia e todo o Oriente Médio.”

Durante o discurso de 12 minutos, o ministro não comentou sobre a questão da invasão de terras e as críticas ao MST. Ele disse que o governo está trabalhando para apresentar um Plano Safra compatível com o momento vivido pelo setor e adiantou que será assinado o convênio entre o Brasil e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) para o Plano de Recuperação de Pastagens.

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