ASSASSINATO

Concluído inquérito sobre assassinato de homem com 25 tiros, na Vila Arquelau

Os inquéritos policiais foram remetidos ao Poder Judiciário, que deve passar também pela apreciação do Ministério Público Estadual

Carlos Paiva
Publicado em 16/03/2023 às 20:20
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Os crimes tiveram grande repercussão social (Foto/Ilustrativa)

Os crimes tiveram grande repercussão social (Foto/Ilustrativa)

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ªDRPC/5ºDPC) concluiu dois inquéritos policiais que elucidaram uma tentativa de homicídio e um homicídio consumado ocorridos em Uberaba no ano de 2022. Os crimes tiveram grande repercussão social. Nos dois casos a motivação está relacionada a vingança. Os inquéritos policiais foram remetidos ao Poder Judiciário, que deve passar também pela apreciação do Ministério Público Estadual.

Conforme a Polícia Civil, na madrugada de 14 de janeiro de 2022, no bairro Vila Ceres, M.A.B., recém-egresso do Sistema Prisional, estava em frente à sua casa, quando foi atingido por sete disparos de arma de fogo. As informações preliminares davam conta que o fato foi praticado por dois autores, que utilizaram um GM Onix durante a fuga. Apesar da quantidade de tiros, a vítima sobreviveu.

As investigações se iniciaram e o veículo GM Onix logo foi identificado, constatando-se que era de propriedade de P.R.S.S., que exercia atividade profissional de motorista de aplicativo.

Este investigado tentou apresentar um álibi, porém o trabalho de polícia judiciária não deixou dúvidas de que o mesmo era um dos autores do homicídio tentado contra M.A.B., quando conduzia o veículo no momento dos disparos.

O outro autor, P.C.S., também foi identificado durante a investigação. Ele foi apontado como autor dos disparos. Os indícios contra o mesmo restaram inconsistentes neste primeiro momento, pois a própria vítima M.A.B. não foi colaborativa com a investigação, alegando que não conhecia seus algozes.

Acreditava-se que M.A.B. optou por se comportar desta maneira para propiciar sua vingança contra P.C.S., com a intenção de inviabilizar as investigações policiais decorrentes.

No dia 17 de abril de 2022, P.C.S. estava em um bar, situado na Vila Arquelau, quando foi atingido por vinte e cinco disparos de arma de fogo, desferidos por passageiro de motocicleta não identificada. A ação criminosa ceifou a vida de P.C.S. e deixou lesões em seu cunhado, que o acompanhava naquele momento e foi atingido por quatro tiros.

As investigações acerca desta execução prosseguiram na linha de que um dos autores seria M.A.B., devido aos fatos apresentados até aquele momento. Na data do homicídio de P.C.S., o M.A.B. constava como foragido da Justiça por outro processo judicial e não foi localizado.

Cinco dias depois, M.A.B. foi localizado no bairro Valim de Melo. Ele estava escondido na casa de uma companheira, retornando assim para o Sistema Prisional, onde passou quase todo o período de sua vida adulta.

Durante esta prisão, dois telefones celulares de M.A.B. foram obtidos, sendo cruciais para a apuração das ações criminosas em pauta.

Desta forma, confirmou-se que M.A.B., de fato, não colaborou com o trabalho policial quando foi vítima de P.C.S. e P.R.S.S., pois desejava promover a sua vingança contra os mesmos.

Com provas irrefutáveis, concluiu-se que M.A.B. contou com o apoio dos comparsas M.H.S.A. e um adolescente de 16 anos para ceifar a vida de P.C.S., pois este foi o autor dos disparos contra ele, três meses antes.

Os diálogos entre os autores demonstraram que planejavam assassinar P.R.S.S., em outra oportunidade, com a intenção de o acertarem com cinquenta disparos, o dobro do que conseguiram atirar contra P.C.S.

A autoridade policial representou pela decretação das prisões preventivas de M.A.B. e M.H.S.A., as quais foram deferidas pelo Poder Judiciário.

Durante a operação policial, desencadeada em 3 de agosto de 2022, M.H.S.A. foi preso e seu celular também foi arrecadado para enriquecimento das investigações. Já M.A.B., que estava novamente em liberdade, não foi localizado nesta data.

Mais uma vez, a apreensão do telefone celular foi crucial para o trabalho investigativo, pois pôde detalhar as ações de M.H.S.A. e de L.F.P.C. durante o homicídio contra P.C.S., tendo o primeiro participado como condutor da motocicleta e o segundo como informante, quando passou por duas vezes próximo à mesa da vítima, minutos antes dos disparos.

Restou esclarecido ainda que L.F.P.C. intermediou o aluguel da arma de fogo utilizada por M.A.B., qual seja, uma pistola Glock 9mm, com carregador alongado e seletor de rajada (que propicia à arma ação automática).

Antes que M.A.B. pudesse ser localizado e preso preventivamente, o mesmo foi vítima de homicídio com requintes de crueldade, em Paracatu (MG), para onde fugiu para não ser preso. Quando estava em um beco daquela cidade, foi assassinado com vários golpes de facão e disparos de arma de fogo. A investigação deste crime, de competência das autoridades daquela comarca, ainda não apontou autoria.

Por fim, juntadas as provas de autoria, motivação e materialidade, os inquéritos policiais foram concluídos e remetidos à Justiça, com indiciamento daqueles que sobreviveram às atrocidades cometidas. 

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