Muitas são as formas de se valorizar a equipe de trabalho. Inúmeras teses são publicadas a respeito do assunto e práticas são adotadas constantemente. Umas com êxito, outras não. Embora autores e consultores discordem em diversas ideias, uma é consens o funcionário deve ser reconhecido e valorizado. Não crio oposição a esses métodos, mas questiono o efetivo sucesso de alguns.
Ora, até que ponto você gostaria de se ver numa foto de tamanho 20cm por 50cm, fixada num mural diante de todos os colegas e clientes do negócio? Até que ponto essa atitude motiva ou constrange? Quais sentimentos ficam para os outros colaboradores que, por muito pouco, foram excluídos do pódio? Além disso, qual a real percepção que o consumidor possui diante desse quadro? É de fato uma empresa que incentiva seus funcionários a serem melhores e superarem limites pessoais e profissionais?
Outras perguntas intrapessoais podem rondar o cliente: esse funcionário é o que mais atende bem? Será que devo procurá-lo? A foto representa o colaborador mais confiável? Onde está ele? São questionamentos que a gestão empresarial deve se fazer do ponto de vista de quem compra, já que o mural de fotografias também está disponível aos que consomem diariamente os produtos e serviços ali oferecidos. É uma competição que deve ser compartilhada com todos os consumidores? Se fosse uma eficaz experiência, médias e grandes empresas também não estariam utilizando em algum formato semelhante?
E, por fim, uma última pergunta: “o funcionário do mês” agrega ou não à padronização de atendimento necessária em qualquer tamanho de negócio? Não é a marca que deve vender os funcionários e sim, o contrário. Pense nisso e bom fim de semana.
(*) publicitário, professor universitário, palestrante e consultor empresarial
