Durante muitos anos, cortei o cabelo com o Djalma, ali mesmo na praça Dom Eduardo. Irradiando simpatia, alegre, torcedor do Fluminense e rodeado de amigos
Durante muitos anos, cortei o cabelo com o Djalma, ali mesmo na praça Dom Eduardo. Irradiando simpatia, alegre, torcedor do Fluminense e rodeado de amigos.
Por que estou me lembrando dele neste momento? Por causa de um cartaz pregado em lugar de destaque, em seu salão. Merece ser lid
“A fumaça do seu cigarro é o resíduo de seu prazer. Porém, ele polui o ar, meu cabelo, minha roupa e os meus pulmões, sem o meu consentimento. Acontece que, também, eu tenho meu prazer: tomar uma cervejinha. O resíduo de meu prazer é a urina. Você ficaria chateado se eu fizesse xixi em você?”
Por que me lembrei daquele cartaz? Todos sabem. Os jornais e revistas mais importantes do país têm ventilado, diariamente, o problema do cigarro. A lei da proibição do cigarro em lugares fechados torna-se cada vez mais rigorosa, o que está irritando alguns fumantes. Li a argumentação de um deles. Mais ou menos assim: “A proibição do cigarro é um atentado à liberdade humana. Fumar é um direito meu. Proibir seu uso é uma agressão aos meus direitos humanos”.
Dificilmente encontra-se argumentação mais descabida e inconsistente. Há um erro de foco no centro do problema. Essa gente está se esquecendo de que seus direitos terminam onde começa o direito dos outros. Há limites ao uso de minha liberdade. Ser livre não é fazer o que eu quero, mas o que eu devo. Portanto, não tenho liberdade para passar por cima dos direitos dos outros. Tenho direito à vida, à minha saúde. Por isso, o que se fizer contra esse direito é uma agressão. Se está provado que o fumante passivo também “fuma” indiretamente tudo aquilo que emana do cigarro alheio, ninguém tem direito de contaminá-lo e de envenená-lo. Este direito seu tem que ser respeitado. Não é tão difícil entender isso...
Recentemente, o Instituto Nacional do Câncer mostrou que “sete brasileiros morrem todos os dias por doenças causadas pela exposição à fumaça alheia”.
Não assusta?