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Dói

Um vídeo que viralizou nas redes sociais foi feito depois que um menino de cerca de cinco anos

Mário Salvador
Publicado em 24/06/2019 às 20:35Atualizado em 17/12/2022 às 21:55
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Um vídeo que viralizou nas redes sociais foi feito depois que um menino de cerca de cinco anos foi vacinado com uma agulhada no braço. O pai da criança, que fez o vídeo, pediu, então, que o filho mandasse o recado para a avó: “Vovó, tomei vacina.” O menino obedeceu: “Vovó, tomei vacina.” O pai continuou: “Diga à vovó que a agulhada não doeu.” A criança disse enfática: “A agulhada doeu.” (A vaca foi pro brejo.) E continuou: “A agulhada doeu muito.” O pai tentou consertar, mas o filho não aceitou, pois criança diz a verdade.

Ainda sobre vídeos e vacina, é fatal, na TV, reportagens sobre vacinação mostrarem a agulhada no braço de crianças e adultos. Cá pra nós: precisa disso? Muitas pessoas têm horror a agulhadas! E há quem, por isso mesmo, nem procure os postos de vacinação! Não sei se a TV apresenta, invariavelmente, esses vídeos por sadismo ou por falta de criatividade mesmo. Há muito, espero reportagens com vídeos mais originais sobre o assunto.

O vídeo daquela criança de cinco anos me remeteu à lembrança de que, há uns pares de décadas, quando se recebiam visitas, bastava um olhar da mãe, para os filhos de sete anos ou menos entenderem a mensagem: era hora de eles convidarem as crianças visitantes para brincarem juntos no quintal, por exemplo. Hoje, partiriam para um jogo eletrônico ou o computador ou o celular.

E era infalível a pergunta do visitante: “De quem você gosta mais: do papai ou da mamãe?” (Deus do céu!) Toda criança, sempre muito sincera, via-se obrigada a responder - em geral, conforme as circunstâncias. Se em casa só estivesse a mãe, seria ela a favorita. Mas se, pouco antes, ela houvesse chateado o filho, o pai seria o escolhido. Coisa de criança. Mesmo assim, criança é verdadeira. E não admite mentiras. Nem é boba.

Por isso mesmo, voltando ao assunto das vacinas, a melhor abordagem dos pais com os filhos é a sinceridade. Os pais não devem dizer à criança que injeção não dói. Devem dizer que ela dói, sim, e explicar por que ela precisa ser tomada: Quando as crianças ainda não tinham essa possibilidade, no passado, elas contraíam sarampo, caxumba, rubéola, varicela, poliomielite... A vacina estimula as defesas naturais do corpo, ajudando-o a desenvolver a imunidade, prevenindo contra doenças graves que podem deixar sequelas e até matar. 

Não levar os filhos para tomarem vacina, seja por causa da agulhada, seja por argumentos que a comunidade científica não aprova, é irresponsabilidade dos pais. Carteira de vacinação tem que estar em dia. Não tem conversa. Mas, quanto às imagens repetitivas de agulhadas apresentadas na TV sobre vacinação, nesse caso, sim, há muitos remédios possíveis.

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